Questão climática marca Trump como pária no G20
A junção de suas posições em relação a temas econômicos e climáticos fez com que o presidente fosse recebido por protestos e líderes descontentes
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2017 às 06h18.
Última atualização em 7 de julho de 2017 às 08h22.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , tem vários motivos para ser o pária da reunião do G20 , que começa hoje em Hamburgo, na Alemanha. Mas nenhum desses motivos parece ser tão proeminente quanto a questão climática .
Depois que Trump tirou seu país do Acordo Climático de Paris no mês passado, a questão balançou líderes de outras principais nações do mundo, da China à União Europeia, que prometeram unir forças para cobrir o buraco que os Estados Unidos deixaram no acordo. O presidente americano já questionou o tratado inúmeras vezes, até alegando que se trata de uma invenção chinesa.
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Trump foi recebido ontem na cidade alemã por protestos e por líderes do Ocidente descontentes, não só com a postura climática do americano, mas também com suas relações internacionais e econômicas.
Trump, que defende o nacionalismo econômico em sua doutrina de “América Primeiro”, chegou de uma viagem à Polônia, onde foi recebido por um governo de direita e preocupou por sua aproximação com países onde predominam atualmente governos autoritários.
Justamente estes governos que preocupam especialistas e líderes ocidentais sobre o futuro do Acordo de Paris. A Arábia Saudita já indica que deve desembarcar do tratado. Outros países, como Rússia, Turquia e Indonésia, emitem sinais contraditórios se devem ou não colaborar com a questão.
Como o G20 é a primeira reunião de alto nível diplomático desde a decisão de Trump, o temor geral é que uma aprovação apenas moderada do Acordo de Paris pelos líderes presentes no encontro dê o tom para os anos por vir de políticas públicas climáticas.
O medo é que o acordo atual dê com os burros n’água e não exista nenhum plano viável de saída para a questão do aumento nas emissões de carbono e do aquecimento global. É justamente essa a crítica que faz Bjørn Lomborg, colunista de EXAME Hoje.
“Supondo que todas as promessas do acordo de Paris sejam cumpridas, mesmo assim, por volta de 2040, a estimativa é que as energias eólica e solar forneçam, respectivamente, apenas 1,9% e 1% da energia global. Isso não parece com uma economia em meio a uma “inevitável” saída dos combustíveis fósseis”, escreveu Lomborg.
Para ele, é preciso investir em desenvolvimento de novas energias e chegar a um acordo economicamente mais viável que o de Paris e melhor para o ambiente. Enquanto isso não acontece, seguimos com o mundo dividido sobre Trump.