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Neto de Nelson Mandela lava roupa suja da família em público

Mandla Mandela organizou uma coletiva de imprensa, exibida ao vivo para todo o país, para acertar as contas com vários membros da família

Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela: os 15 membros da família que levaram Mandla à justiça revelaram em sua queixa que esperam a morte iminente de Mandela. (REUTERS/Siegfried Modola)

Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela: os 15 membros da família que levaram Mandla à justiça revelaram em sua queixa que esperam a morte iminente de Mandela. (REUTERS/Siegfried Modola)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 12h56.

Mvezo - Uniões ilegítimas, filhos fruto de relacionamentos extraconjugais. Um neto de Nelson Mandela lavou em público a roupa suja da família nesta quinta-feira, enquanto o ícone mundial seguia hospitalizado em "estado crítico, mas estável", em Pretória.

Enquanto eram enterrados novamente no povoado de Qunu os restos mortais de três filhos de Mandela exumados na véspera, o mais velho de seus netos, Mandla Mandela, organizou uma coletiva de imprensa, exibida ao vivo para todo o país, para acertar as contas com vários membros da família.

Mandla, que decidiu sozinho em 2011 transferir o corpo de seu pai, de sua tia e de seu tio ao povoado natal de seu avô, Mvezo, do qual é o chefe tradicional, não gostou que 15 membros de sua família tenham recorrido à justiça para transferir os restos a Qunu, onde Nelson Mandela deseja ser enterrado.

"Estou no centro do ataque de indivíduos que buscam um minuto de glória e atenção midiática às minhas custas", declarou. Embora tenha negado querer "lavar roupa suja em público", atacou pessoalmente vários deles.

Sua tia Makaziwe: "em vez de ser uma força de unidade, só ajudou a semear a divisão na família".

Seu meio-irmão Ndaba: "Ele sabe que meu pai engravidou uma mulher casada e ele é o resultado deste ato".

Seu outro irmão Mbuzo: "Fecundou minha própria esposa" (Anais Grimaud, da ilha de Reunião, para onde retornou depois).

A julgar pelas primeiras reações no Twitter, os sul-africanos não gostaram nem um pouco destas declarações.


"Felizmente o legado político de Mandela é muito forte para ser destruído", "a pessoa não escolhe a família que tem", "Talvez seja um Mandela, mas não acredito que seja um Nelson...", afirmavam na rede social.

"Respira com ajuda de aparelhos"

A mil quilômetros, Graça Machel, a esposa do herói da luta contra o regime racista do apartheid, apostou na unidade.

"Há 25 dias estamos no hospital. Embora Madiba nem sempre tenha estado bem, nunca sofreu", disse.

"Sua estadia no hospital permitiu que ficássemos novamente todos unidos", acrescentou durante uma coletiva de imprensa da Fundação Mandela em Johannesburgo.

O primeiro presidente negro do país, que conquistou o coração da minoria branca defendendo o perdão e a reconciliação, foi hospitalizado em Pretória no dia 8 de junho após uma recaída da infecção pulmonar que o atinge há dois anos e meio.

Sua saúde se deteriorou subitamente há dez dias, antes de se estabilizar. Seu estado "segue crítico, mas estável", disse nesta quinta-feira o presidente Jacob Zuma depois de visitá-lo.


Os 15 membros da família que levaram Mandla à justiça revelaram em sua queixa que esperam a morte iminente de Mandela.

"Está respirando com a ajuda de aparelhos", segundo os documentos transmitidos ao juiz.

Na última sexta-feira recorreram ao tribunal de Mthatha (sul) para conseguir que os restos dos três filhos falecidos de Nelson Mandela voltassem ao panteão familiar de Qunu, o povoado de sua infância onde o ex-presidente sul-africano disse que gostaria de ser enterrado ao lado de seus parentes.

Dois juízes decidiram a favor deles na quarta-feira, e os restos foram exumados na mesma tarde sob o controle de um delegado, que precisou entrar à força na residência de Mandla para chegar ao local das sepulturas.

Os restos de Makaziwe, morta quando era bebê em 1948; de Thembekile, falecido em um acidente em 1969; e de Magkatho, morto vítima da Aids em 2005, foram transferidos a Mthatha, onde foram submetidos a uma análise forense.

Pouco depois, foram enterrados no panteão familiar de Qunu, confirmou a polícia. "Estamos agora no cemitério para enterrar os restos. Estamos realizando o sepultamento neste momento", disse à AFP o tenente-coronel Mzukisi Fatyela, porta-voz da polícia do Cabo Oriental (sul).

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