Netanyahu desmente que Israel tenha intenção de abandonar a frontera de Gaza com Egito
Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel negou que o Exército israelense deixará o corredor Filadélfia, que passa ao longo dessa fronteira
Agência de Notícias
Publicado em 12 de julho de 2024 às 10h36.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou nesta sexta-feira que o Exército israelense deixará o chamado corredor Filadélfia, que passa ao longo da fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, após informações que apontavam que o Estado judeu poderia se retirarda área no caso de um acordo de cessar-fogo.
"O primeiro-ministro insiste que Israel permanecerá no corredor Filadélfia. Essas foram suas instruções para as equipes de negociação e ele as comunicou aos representantes dos EUA nesta semana e ao governo na noite passada", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense em comunicado.
Netanyahu respondeu assim a uma reportagem publicada nesta sexta-feira pela agência de notícias "Reuters", segundo a qual os negociadores israelenses e egípcios estariam negociando um sistema de monitoramento eletrônico que permitiria que as tropas israelenses deixem a fronteira no caso de um acordo de cessar-fogo com o Hamas.
Israel assumiu o controle do orredor Filadélfia no início de maio e, desde então, controla a área, que inclui a passagem de Rafah para o Egito, por onde costumava entrar grande parte da ajuda humanitária para Gaza e que está fechada desde que as tropas israelenses entraram na cidade.
Para Israel, o controle dessa fronteira - onde afirma ter encontrado pelo menos 20 túneis - é muito importante porque é a principal fonte de contrabando de armas, que há anos tem sido usada para a entrada de armas do Hamas.
O grupo islâmico, por sua vez, acusou o líder israelense de introduzir novas exigências nas negociações de cessar-fogo, o que mostra que ele está "procrastinando, procurando o que vai derrubar o acordo", de acordo com uma mensagem de Izzat al-Risheq, membro do gabinete político do Hamas.
O grupo também insistiu que a administração da Faixa de Gaza após a guerra é um assunto exclusivamente palestino e confirmou que propôs que um governo único, nacional e não partidário assuma o controle do enclave ao lado da Cisjordânia ocupada.
O jornal "The Washington Post", citando autoridades americanas, disse na quarta-feira que Hamas e Israel concordaram em entregar o controle de Gaza a uma força palestina que incluiria 2.500 efetivos leais à Autoridade Nacional Palestina, que governa a Cisjordânia, e seria apoiada por Estados árabes moderados.
As negociações para um acordo de cessar-fogo que também libertaria os reféns israelenses na Faixa de Gaz a estão em seu ponto mais promissor nos últimos meses, embora todos os lados insistam que ainda há grandes obstáculos a serem superados.