Mundo

Negociadores nucleares voltam a se encontrar na 3ª feira

O Irã e potências mundiais se reunirão na próxima terça-feira por uma nova sessão de contatos para finalizar o texto do tratado nuclear


	Usina nuclear no Irã: "o texto está cheio de espaços em branco entre parênteses", revelaram fontes
 (AFP)

Usina nuclear no Irã: "o texto está cheio de espaços em branco entre parênteses", revelaram fontes (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 16h08.

Viena - O Irã e o Grupo 5+1 (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) encerraram nesta sexta-feira em Viena uma rodada de quatro dias de reuniões para tentar finalizar o texto do tratado nuclear, que será seguida, na próxima terça-feira, por uma nova sessão de contatos na mesma cidade.

Segundo confirmaram fontes diplomáticas próximas à negociação ao término desta rodada, nos encontros da próxima semana espera-se a participação de pessoas com cargos políticos de maior peso no 5+1, em contraste com o perfil técnico da presente, na qual só participaram especialistas do sexteto.

"Há um convite para que sejam incorporados os diretores políticos na seguinte rodada, mas são eles que têm que responder", esclareceu a fonte, que destacou que seria "normal" que a subsecretária de Estado americano, Wendy Sherman, aceitasse o convite.

Em declarações à imprensa local, o chefe da delegação iraniana, Seyed Abbas Araqchi, qualificou o progresso de "lento" e explicou que ambos os lados buscam "fazer uma minuta do texto principal e seus apêndices".

"O texto está cheio de espaços em branco entre parênteses", revelaram as mesmas fontes ligadas à negociação, e esses parênteses representam diferenças nas posturas que ainda não foram resolvidas, como as sanções e a verificação do cumprimento.

A possibilidade do Irã receber inspeções a instalações militares como parte do acordo nuclear surgiu nas últimas semanas como um empecilho para as negociações.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, ratificou a postura marcada nesta semana pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, sobre sua recusa à inspeção de lugares militares.

"As palavras do líder da Revolução Islâmica do Irã são regras para a administração. Nunca assinaremos um pacto que permita a alguém ter acesso às instalações científicas e militares do país", assegurou Rohani em discurso na quinta-feira, segundo cita a televisão iraniana "PressTV".

O departamento de Estado dos Estados Unidos respondeu através de seu porta-voz, Marie Harf, que na mesma quinta-feira reconheceu em sua entrevista coletiva diária que "se não conseguirmos as garantias necessárias de acesso a instalações relacionadas com as possíveis dimensões militares (do programa nuclear iraniano), vai a ser um problema para nós".

Faltando cerca de cinco semanas para que o término do prazo para assinar um pacto nuclear, as partes tentam pactuar o texto de um acordo cujos fundamentos foram apresentados na cidade suíça de Lausanne em 2 de abril, e nos quais foram marcadas as limitações ao programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais que pesam sobre Teerã.

Desde então, ocorreram quatro sessões de encontros, uma em Nova York e três em Viena, nas quais os lados tentam acordar detalhes técnicos do texto antes do prazo final em 30 de junho.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - PaísUsinas nucleares

Mais de Mundo

Kamala Harris supera Trump em estados decisivos, mostra pesquisa

Marina Silva cobra transparência em eleição da Venezuela: 'não é uma democracia'

Número de ultrarricos no mundo cresceu 8% em 2023; patrimônio é superior a US$ 30 milhões

Maduro diz à ONU que protestos são tentativa de golpe de Estado e culpa Gonzáles por mortes de civis

Mais na Exame