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Negociações sobre paz na Síria prosseguem em Genebra

O enviado da ONU recebeu nesta terça-feira de manhã pela segunda vez a delegação de Damasco, antes de um novo encontro com a oposição no período da tarde

Síria: desde sexta-feira, o diplomata da ONU ganhou um primeiro round, ao trazer as delegações de ambas as partes em conflito para discutir com ele (Fabrice Coffrini / AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 10h00.

O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, prosseguia nesta terça-feira com a delicada missão de intermediar as discussões entre os inimigos sírios, na esperança de obter ações humanitárias concretas no terreno para fortalecer o processo, lançado oficialmente nesta segunda-feira.

Desde sexta-feira, o diplomata da ONU ganhou um primeiro round, ao trazer as delegações de ambas as partes em conflito para discutir com ele no Palácio das Nações, em Genebra.

Ele recebeu nesta terça-feira de manhã pela segunda vez a delegação de Damasco, antes de um novo encontro com a oposição no período da tarde.

No entanto, o processo, que visa envolver as duas partes nas discussões em vista de uma solução política na Síria, permanece extremamente frágil e sujeito ao anúncio de medidas concretas.

Depois de encontrar De Mistura na segunda durante duas horas, a delegação da oposição síria disse que recebeu da ONU "mensagens muito positivas", mas reiterou suas exigências em favor de ações humanitárias.

"Três questões são importantes para nós, a retirada dos cercos, a libertação de prisioneiros e o fim dos bombardeiros contra civis pela aviação russa (aliada de Damasco) e a do regime", afirmou o porta-voz da oposição, Salem al-Meslet, acrescentando que esperava a resposta do regime.

Poucas horas após o final da reunião, a ONU anunciou que Damasco havia concordado, em princípio, com o envio de comboios de ajuda humanitária à cidade sitiada de Madaya, perto de Damasco, onde 46 pessoas morreram de fome desde dezembro, e a duas outras cidades, Kafraya e Fua, que estão cercadas pelos rebeldes.

Mas esse gesto não será suficiente para convencer uma oposição extremamente desconfiada e determinada a obter o máximo, enquanto a situação dos civis na Síria, bombardeados e desnutridos, é cada dia mais catastrófica.

"O regime fez um pequeno sinal. Mas o problema é muito mais amplo e nós vamos insistir na aplicação integral de nossas demandas", ressaltou nesta terça-feira à AFP um porta-voz da oposição, Monzer Makhous.

Se o fim a curto prazo dos bombardeios parece inviável, trabalhar em vista da libertação de civis, mulheres e crianças, "seria um primeiro sinal de que algo diferente está acontecendo", considerou De Mistura.

A oposição já começou a elaborar as listas de nomes de detidos.

Seis meses de discussões

"Nós ouvimos atentamente as preocupações do ACN (Alto Comitê de Negociações, a principal coalizão de oposição que negocia em Genebra), e vamos ouvir as preocupações do governo", garantiu De Mistura.

A delegação de Damasco, liderada pelo embaixador sírio na ONU Bashar al-Jaafari, já acusou a outra parte não ter "seriedade" e de incluir "terroristas" em seu seio.

Neste contexto, Mohammed Allouche, o chefe negociador da oposição, chegou na segunda-feira em Genebra. Este último é membro do gabinete político do grupo armado rebelde Jaich al-Islam (Exército do Islã), um movimento de inspiração salafista apoiado pela Arábia Saudita, e que o regime de Damasco descreve como "terrorista".

As discussões inter-sírias, cujo quadro foi estabelecido por uma resolução da ONU em dezembro, visam a criação de uma autoridade de transição, antes da realização de eleições em meados de 2017.

O enviado da ONU, que prevê discussões "difíceis e complicadas", quer estabelecer um diálogo indireto entre os dois campos, e já anunciou que as discussões devem durar ao menos seis meses.

Para promover o processo, um grande número de diplomatas dos principais países envolvidos direta ou indiretamente na Síria estão presentes em Genebra.

A comunidade internacional busca uma saída negociada para a guerra na Síria que, desde março de 2011, fez mais de 260.000 mortos e forçou milhões de pessoas a deixarem suas casas.

Uma conferência de doadores está prevista para quinta-feira em Londres para reunir nove bilhões de dólares para ajudar 13,5 milhões de pessoas em situação de risco na Síria e os 4,2 milhões de refugiados.

No ano passado, a ONU e suas agências pediram 8,4 bilhões de dólares para os sírios, mas receberam apenas 3,3 bilhões.

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O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, prosseguia nesta terça-feira com a delicada missão de intermediar as discussões entre os inimigos sírios, na esperança de obter ações humanitárias concretas no terreno para fortalecer o processo, lançado oficialmente nesta segunda-feira.

Desde sexta-feira, o diplomata da ONU ganhou um primeiro round, ao trazer as delegações de ambas as partes em conflito para discutir com ele no Palácio das Nações, em Genebra.

Ele recebeu nesta terça-feira de manhã pela segunda vez a delegação de Damasco, antes de um novo encontro com a oposição no período da tarde.

No entanto, o processo, que visa envolver as duas partes nas discussões em vista de uma solução política na Síria, permanece extremamente frágil e sujeito ao anúncio de medidas concretas.

Depois de encontrar De Mistura na segunda durante duas horas, a delegação da oposição síria disse que recebeu da ONU "mensagens muito positivas", mas reiterou suas exigências em favor de ações humanitárias.

"Três questões são importantes para nós, a retirada dos cercos, a libertação de prisioneiros e o fim dos bombardeiros contra civis pela aviação russa (aliada de Damasco) e a do regime", afirmou o porta-voz da oposição, Salem al-Meslet, acrescentando que esperava a resposta do regime.

Poucas horas após o final da reunião, a ONU anunciou que Damasco havia concordado, em princípio, com o envio de comboios de ajuda humanitária à cidade sitiada de Madaya, perto de Damasco, onde 46 pessoas morreram de fome desde dezembro, e a duas outras cidades, Kafraya e Fua, que estão cercadas pelos rebeldes.

Mas esse gesto não será suficiente para convencer uma oposição extremamente desconfiada e determinada a obter o máximo, enquanto a situação dos civis na Síria, bombardeados e desnutridos, é cada dia mais catastrófica.

"O regime fez um pequeno sinal. Mas o problema é muito mais amplo e nós vamos insistir na aplicação integral de nossas demandas", ressaltou nesta terça-feira à AFP um porta-voz da oposição, Monzer Makhous.

Se o fim a curto prazo dos bombardeios parece inviável, trabalhar em vista da libertação de civis, mulheres e crianças, "seria um primeiro sinal de que algo diferente está acontecendo", considerou De Mistura.

A oposição já começou a elaborar as listas de nomes de detidos.

Seis meses de discussões

"Nós ouvimos atentamente as preocupações do ACN (Alto Comitê de Negociações, a principal coalizão de oposição que negocia em Genebra), e vamos ouvir as preocupações do governo", garantiu De Mistura.

A delegação de Damasco, liderada pelo embaixador sírio na ONU Bashar al-Jaafari, já acusou a outra parte não ter "seriedade" e de incluir "terroristas" em seu seio.

Neste contexto, Mohammed Allouche, o chefe negociador da oposição, chegou na segunda-feira em Genebra. Este último é membro do gabinete político do grupo armado rebelde Jaich al-Islam (Exército do Islã), um movimento de inspiração salafista apoiado pela Arábia Saudita, e que o regime de Damasco descreve como "terrorista".

As discussões inter-sírias, cujo quadro foi estabelecido por uma resolução da ONU em dezembro, visam a criação de uma autoridade de transição, antes da realização de eleições em meados de 2017.

O enviado da ONU, que prevê discussões "difíceis e complicadas", quer estabelecer um diálogo indireto entre os dois campos, e já anunciou que as discussões devem durar ao menos seis meses.

Para promover o processo, um grande número de diplomatas dos principais países envolvidos direta ou indiretamente na Síria estão presentes em Genebra.

A comunidade internacional busca uma saída negociada para a guerra na Síria que, desde março de 2011, fez mais de 260.000 mortos e forçou milhões de pessoas a deixarem suas casas.

Uma conferência de doadores está prevista para quinta-feira em Londres para reunir nove bilhões de dólares para ajudar 13,5 milhões de pessoas em situação de risco na Síria e os 4,2 milhões de refugiados.

No ano passado, a ONU e suas agências pediram 8,4 bilhões de dólares para os sírios, mas receberam apenas 3,3 bilhões.

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