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Negociação atômica com Irã falha e não há data para reunião

Documento fixando termos para uma investigação do programa nuclear do Irã não foi finalizado pela AIEA e o país


	Teerã: as conversas com o Irã não teriam evoluído em mais de um ano, afirmou o inspetor-chefe da ONU
 (Wikimedia Commons)

Teerã: as conversas com o Irã não teriam evoluído em mais de um ano, afirmou o inspetor-chefe da ONU (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 18h05.

Viena - Inspetores da Organização das Nações Unidas retornaram nesta quinta-feira de negociações em Teerã sem um acordo sobre o acesso a instalações nucleares do Irã e sem data para novas conversações, deixando de produzir até mesmo um pequeno sinal de esperança para a diplomacia das grandes potências visando evitar uma guerra.

"Apesar de seus muitos compromissos de fazer isso, o Irã não negociou de boa fé", disse um diplomata ocidental junto à Agência Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas, em Viena, que não estava nas negociações. "Parece que agora temos de nos perguntar se esta ainda é a tática certa."

O impasse é um sinal assustador para um esforço mais amplo por seis grandes potências para que o Irã contenha um programa que eles temem poderia dar-lhe a capacidade de construir uma bomba nuclear, algo que Israel sugeriu que irá impedir pela força caso a diplomacia falhe.

A AIEA e o Irã "não puderam finalizar o documento" definindo os termos para uma investigação da AIEA sobre possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã, disse o inspetor-chefe da ONU, Herman Nackaerts, no aeroporto de Viena depois de voltar do Irã.

Ele disse que não havia nova data definida para conversas que não mostraram nenhum progresso em mais de um ano, acrescentando: "Tempo é necessário para refletir sobre o caminho a seguir".

Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha devem se reunir com o Irã para conversas separadas no Cazaquistão, em 26 de fevereiro, para lidar com uma disputa de uma década que já produziu quatro rodadas de sanções da ONU contra o Irã.


Mas a República Islâmica, que nega qualquer dimensão militar de seu trabalho e está pedindo reconhecimento de que tem o direito de produzir combustível nuclear para fins pacíficos, está caminhando para uma eleição presidencial em junho.

Esse fato por si só torna difícil para qualquer autoridade fazer concessões às potências estrangeiras, especialmente uma que atenda aos inimigos do Irã, os Estados Unidos e Israel, que é amplamente considerado como a única potência nuclear do Oriente Médio.

"Em nome da nação iraniana, eu digo que quem pensa que a nação iraniana irá se render à pressão está cometendo um grande erro e levará o seu desejo para o túmulo", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad nesta quinta-feira, de acordo com a televisão estatal.

Porém, enquanto as negociações não vão a lugar algum, o tempo da diplomacia está acabando.

O Irã está expandindo um estoque de urânio enriquecido a alto grau de 20 por cento, cada vez mais perto dos níveis em que uma massa crítica de material em grau de armas ficaria a apenas um pequeno passo de distância -- algo que Israel diz que seria uma "linha vermelha" para a ação.

Washington também advertiu, em termos menos diretos, que vai fazer o que for necessário para impedir que o Irã obtenha a bomba. No ano passado, os EUA estabeleceram um prazo de março para que o Irã começasse a cooperar com a investigação da AIEA, alertando Teerã que, caso contrário, poderia recorrer ao Conselho de Segurança da ONU.

Teerã diz que as informações de inteligência que apontam para a pesquisa de armas nucleares no Irã são forjadas e sem base.

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