Joaquin "El Chapo" Guzman é escoltado por soldados durante a sua apresentação em uma base naval na Cidade do México (Henry Romero/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 20h51.
Cidade do México - O narcotraficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán, capturado no sábado depois de anos de perseguição, apresentou nesta segunda-feira um recurso de amparo para evitar ser extraditado para os Estados Unidos, onde é procurado por introduzir grande quantidade de drogas em diferentes cidades, disse uma fonte judicial.
Embora ainda não haja uma decisão sobre a questão, funcionários dos dois governos disseram nesta segunda-feira que analisarão a possível extradição do chefão, que construiu um império da droga entre os dois países e é considerado um dos principais responsáveis pela violência em que o México mergulhou há vários anos.
"Ele acaba de apresentar um recurso de amparo contra a extradição em um juizado de proteção do Distrito Federal (Cidade do México)", disse à Reuters uma fonte do Judiciário que preferiu manter o anonimato.
No passado, o México utilizou a extradição para evitar que criminosos perigosos fossem liberados por causa das fragilidades e falhas de seu sistema judicial, ou que escapassem, como fez o próprio Guzmán em 2001, devido à cumplicidade da polícia, frequentemente corrompida pelos milionários narcotraficantes.
"O gabinete de segurança terá de se reunir para adotar a decisão que melhor convier e que corresponda a este momento que estamos vivendo", disse nesta segunda-feira o secretário de governo e chefe do gabinete de segurança mexicano, Miguel Ángel Osorio, em entrevista no rádio, ao ser consultado sobre a transferência de Guzmán aos EUA.
Um porta-voz judicial dos EUA havia dito no domingo que o país pediria a extradição do chefão, mas um dia depois o porta-voz do Departamento de Justiça declarou que a decisão seria "tema de uma conversa entre os Estados Unidos e o México".