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Não há comida a ser distribuída em Aleppo, alerta Síria

Aleppo é a única das 18 zonas sitiadas na Síria que não recebeu assistência humanitária da ONU nos últimos meses

Síria: "há famílias que não receberam comida em semanas. A situação é realmente desesperadora", disse a ONU (Bassam Khabieh/Reuters)
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EFE

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 12h32.

Genebra - As últimas porções de comida que a ONU distribuiu em julho no leste de Aleppo estão sendo repartidas entre os civis mais necessitados, mas não haverá alimentos para entregar na próxima semana, alertou a organização nesta quinta-feira.

"Há famílias que não receberam comida em semanas. A situação é realmente desesperadora", disse em coletiva de imprensa o responsável pela assistência humanitária da ONU na Síria, Jan Egeland.

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As Nações Unidas conseguiram distribuir alimentos no leste de Aleppo em julho e, desde então, a cidade esteve sob controle das forças governamentais apoiadas pela aviação russa e nenhuma assistência humanitária pôde ser entregue na cidade.

Durante esses meses, os cerca de 275 mil civis que sobrevivem na parte leste da cidade puderam contar com os alimentos que a ONU deixou há cinco meses.

"Mas essa comida acabou. A última distribuição foi feita nesta quinta-feira. Não haverá nada para distribuir na próxima semana", alertou Egeland.

Aleppo é a única das 18 zonas sitiadas na Síria que não recebeu assistência humanitária da ONU nos últimos meses. Egeland disse que é "de grande urgência" que se permita a entrada de equipes humanitárias para evitar "uma catástrofe".

"Ninguém quer ver 250 mil pessoas morrendo de fome. Tenho esperança de que todas as partes nos permitam atuar. Precisamos que isto ocorra em breve. Tem que ser na próxima semana, no máximo na outra. As partes (em conflito) têm que evitar a crise de fome ", declarou.

O representante humanitário explicou que na semana passada a ONU apresentou um novo plano de ajuda a Aleppo que permite a distribuição de alimentos, a evacuação de doentes e feridos, a entrada de assistência médica e o acesso de médicos à cidade.

Egeland argumentou que as partes em conflito e os países implicados já têm o plano e esperam uma resposta nas próximas horas. Advertiu também que para o plano ser realizado há certas "condições": que todas as partes autorizem aos comboios da ONU a circulação em segurança, 72 horas para preparar e "vários dias e várias noites" para poder fazer as distribuições e as evacuações.

Os móveis, utensílios e alimentos viriam tanto da Turquia como do que a ONU tem armazenado na parte oeste de Aleppo.

A cidade está dividida em duas: o oeste é controlado pelo regime de Bashar al Assad, e o leste por grupos opositores e militantes islamitas, e sob comando do Exército sírio.

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