Mundo

Na China, Partido Comunista se reúne por Hong Kong

Mesmo com a extinção da lei que serviu de estopim para protestos, a ex-colônia britânica foi às ruas pelo 21° final de semana seguido

Hong Kong: governo chinês segue ameaçando tentativas de independência em seus territórios (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Hong Kong: governo chinês segue ameaçando tentativas de independência em seus territórios (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 06h19.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 06h39.

São Paulo — Em meio a uma situação política caótica na Zona especial de Hong Kong e à luz de uma guerra comercial interminável com os Estados Unidos, cerca de 370 membros do Partido Comunista Chinês (PCC) se reunirão a portas fechadas a partir desta segunda-feira 28 para discutir o futuro da China.

A cúpula que acontecerá em Pequim e contará com a presença do presidente Xi Jinping vai até a próxima quinta-feira e tem como objetivo o aperfeiçoamento do regime, que cada vez mais enrijece o controle sobre Hong Kong. 

Essa será a segunda cúpula do PCC desde fevereiro, meses antes de a ex-colônia britânica Hong Kong se tornar palco de violentos protestos. Normalmente, ao final de cada encontro, um memorando com um conjunto de medidas é anunciado pelo governo.

Na última vez, foi acordada uma proposta para abolir o limite de dois mandatos presidenciais consecutivos. A ideia, aprovada pelo parlamento chinês, abriu caminho para o atual presidente Xi Jinping se manter no poder após 2023, quando termina seu mandato. 

Ontem, às vésperas da cúpula, milhares de manifestantes voltaram às ruas de Hong Kong pelo 21° final de semana consecutivo. Os protestos cada vez mais reprimidos pelo regime central chinês tiveram como estopim um projeto de lei que abria uma brecha para a deportação de cidadãos da zona especial para a China continental. 

Mesmo após o parlamento local ter retirado o projeto, as ruas de Hong Kong permanecem cheias por outras demandas, sendo a principal delas a cobrança por maior liberdade e autonomia política na região. A mensagem separatista velada expressa pelos manifestantes foi respondida por Xi Jinping, que advertiu que qualquer movimento emancipatório será duramente reprimido. 

“Qualquer um que tentar atividades separatistas em qualquer parte da China acabará com o corpo esmagado e os ossos quebrados. E qualquer força exterior que apoiar essas tentativas será considerada pelo povo chinês como quimérica”, disse Xi. 

A verdade é que mesmo após meses de protestos, o PCC ainda não sabe como nem quando conseguirá resolver o fator Hong Kong. A repressão das manifestações vem chamando a atenção da comunidade internacional, mas não inibe novos movimentos.

O regime de Xi Jinping precisa, neste contexto, de soluções para voltar a ser, mais do que respeitado, temido. É o que garantirá a estabilidade política necessária para um momento de especiais transformações econômicas no país que deixou de crescer 10% e agora avança na casa dos 6% ao ano. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaExame HojeHong Kong

Mais de Mundo

Para Lula, Milei fala muita "bobagem" e deve "pedir desculpas" ao Brasil

Sonda chinesa retorna à Terra com amostras do lado oculto da Lua

Anistia Internacional faz alerta de 'retrocesso' da Argentina em questões de gênero e meio ambiente

Argentina inicia julgamento de brasileiro por tentativa de homicídio a Cristina Kirchner

Mais na Exame