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Mulheres sem véu tentam se parecer com 'animais', dizem talibãs no Afeganistão

"Colocamos esses cartazes e as famílias das mulheres que não estão cobertas serão informadas e as medidas correspondentes serão tomadas", disse um representante do governo

Um pôster pedindo às mulheres que usem lenços nas ruas de Kandahar, Afeganistão: repressão às mulheres no país (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 16 de junho de 2022 às 15h36.

A polícia religiosa do Talibã na cidade afegã deKandahar colocou placas de rua dizendo que as mulheres muçulmanas que não usam véu que cobrem o rosto estão "tentando se parecer com animais", confirmou uma autoridade nesta quinta-feira, 16.

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Desde que chegou ao poder em agosto, o Talibã impôs severas restrições às mulheres afegãs, corroendo os ganhos obtidos nas duas décadas desde que os Estados Unidos invadiram o país e derrubaram o governo anterior do grupo islâmico.

Em maio, o líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, aprovou um decreto afirmando que é melhor que as mulheres fiquem em casa. Então, ele emitiu uma ordem para que as mulheres cobrissem completamente seus corpos e rostos em público.

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Esta semana, o Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, encarregado de fazer valer a interpretação estrita do Islã que o grupo defende, colocou cartazes nas ruas de Kandahar com imagens de mulheres vestindo burcas, roupas que cobrem o corpo da cabeça aos pés.

"Mulheres muçulmanas que não usam o hijab estão tentando parecer animais", alertam os cartazes sobre o uso do véu facial completo. O cartaz adverte que usar shorts, roupas apertadas ou roupas transparentes também é contra os decretos de Akhundzada. Um alto funcionário local confirmou a exibição dos cartazes.

"Colocamos esses cartazes e as famílias das mulheres que não estão cobertas serão informadas e as medidas correspondentes serão tomadas com o decreto", disse à AFP Abdul Rahman Tayebi, representante local do ministério em Kandahar.

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O decreto de Akhundzada ordena que as autoridades avisem ou suspendam de seus empregos funcionários que sejam parentes de mulheres que não cumpram os regulamentos.

Na quarta-feira, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou o Talibã por sua "opressão sistemática e institucionalizada" das mulheres.

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