Mundo

Mujica enviará carta a Cristina para explicar comentários

O presidente do Uruguai teceu comentários polêmicos em público sobre ela e seu falecido marido ao acreditar que o microfone estava desligado


	José Mujica e Cristina Kirchner juntos em foto de agosto de 2011: Mujica revelou ao veículo suas intenções e anunciou que não vai detalhar o conteúdo da carta
 (AFP / Juan Mabromata)

José Mujica e Cristina Kirchner juntos em foto de agosto de 2011: Mujica revelou ao veículo suas intenções e anunciou que não vai detalhar o conteúdo da carta (AFP / Juan Mabromata)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h47.

Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, enviará uma carta à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para explicar os polêmicos comentários que realizou fora de microfone sobre ela e seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), segundo publicou nesta quinta-feira o jornal "La Republica".

Mujica revelou ao veículo suas intenções e anunciou que não vai detalhar o conteúdo da carta. O líder prefere que "a senhora presidente que a torne pública, se é que considera isso conveniente", segundo disse.

"La Republica acrescenta que "desta maneira, o presidente tomou a decisão de assumir diretamente a responsabilidade de se comunicar com a presidente argentina para explicar com suas próprias palavras" as circunstâncias que cercaram o microfone aberto que gerou a polêmica.

Três dias depois do incidente, que aconteceu na quinta-feira passada, Fontes da Presidência uruguaia indicaram à Agência Efe que o líder estava "refletindo" sobre o assunto.

Na controversa entrevista coletiva, realizada há uma semana na cidade de Sarandí Grande, no interior uruguaio, Mujica afirmou a um dos presentes na mesa principal em um momento de pausa: "Essa velha é pior que o vesgo. O vesgo era mais político. Ela é obstinada".

Depois acrescentou entre risos: "Foi explicar a um papa argentino de 77 anos o que é o mate?".


Na mesma quinta-feira a Chancelaria argentina lamentou "profundamente" em comunicado as expressões, que considerou "inaceitáveis" e "denegridoras", e advertiu que Cristina não vai se pronunciar a respeito.

Já na sexta-feira em seu programa radiofônico semanal em uma emissora local ("M24"), Mujica fez uma reflexão sobre as origens do Uruguai como nação e sua complexa ligação com a Argentina para mandar uma mensagem de concórdia ao país vizinho: "Apesar da história ter nos separado, nada nem ninguém pode separar nossa história".

O Uruguai precisa "andar bem com a humanidade, mas em primeiro termo, com os povos que nasceram na mesma matriz", acrescentou.

No entanto, a polêmica ressurgiu no sábado ao ser publicada na nova revista uruguaia "Lento" uma entrevista a Mujica feita em 18 de março.

Nela, o governante qualificava Kirchner de "bastante desleixado", ao falar de seu antecessor e correligionário no bloco esquerdista uruguaio Frente Ampla (FA) Tabaré Vázquez (2005-2010).

"Ele não teve problemas com a Argentina, teve problemas com o vesgo Kirchner, que era bastante desleixado. Deus o tenha na glória", disse Mujica com seu habitual estilo informal.

Também opinou que "ao Uruguai convém estar bem com os vizinhos". "Não se pode catalogar de "facho" (fascista) nem nada do estilo o governo da Argentina", ponderou o líder.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerJosé MujicaPolíticosUruguai

Mais de Mundo

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos essenciais, diz diretora do Fed

Bandeira invertida coloca Suprema Corte dos EUA em apuros

Primeiro-ministro eslovaco passa por nova cirurgia e segue em estado grave

Vaticano alerta contra episódios imaginários relacionados a milagres e aparições

Mais na Exame