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Mortos por ebola se aproximam de 3 mil, mas Guiné estabiliza

Falta de leitos e a resistência de comunidades em algumas áreas estão contribuindo para que a doença continue se espalhando


	Guiné: país africano teve apenas três novas mortes desde 20 de setembro
 (Cellou Binani/AFP)

Guiné: país africano teve apenas três novas mortes desde 20 de setembro (Cellou Binani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 09h40.

Genebra - O alastramento exponencial do surto de ebola, que agora já matou quase 3.000 pessoas no oeste da África, parece ter se estabilizado na Guiné, informou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas uma calamitosa falta de leitos e a resistência de comunidades em algumas áreas estão contribuindo para que a doença continue se espalhando, ao passo que os esforços para coletar mais dados estão gradualmente revelando uma epidemia ainda mais mortal do que parecia inicialmente.

A OMS disse que 2.917 pessoas morreram de ebola dentre 6.263 casos em cinco países do oeste africano afetados pela doença, até 21 de setembro.

Comparado ao número atualizado anterior da OMS, os últimos dados mostraram 99 mortes a mais na Libéria desde 17 de setembro, mas apenas algumas a mais em Serra Leoa desde 19 de setembro e apenas três novas mortes em Guiné desde 20 de setembro.

A proporção de casos que ocorreram nos últimos 21 dias - o período de incubação do vírus - também caiu em todos os três países, sugerindo que a difusão da doença pode estar desacelerando.

“A tendência de crescimento da epidemia continua em Serra Leoa e mais provavelmente na Libéria”, disse a OMS. “No entanto, a situação na Guiné, embora ainda de grave preocupação, parece ter se estabilizado: entre 75 e 100 novos casos confirmados foram relatados em cada uma das últimas cinco semanas.”

A OMS disse que a Libéria tinha 315 leitos para pacientes de ebola e que agências humanitárias haviam prometido mais 440, mas o país precisa de outras 1.550 que ninguém ainda se comprometeu a oferecer.

Em Serra Leoa, 297 novos leitos planejados quase dobrariam a capacidade existente, mas são necessárias mais 532 camas.

Com pouquíssimos leitos e uma grande falta de especialistas, o esforço para lidar com o ebola tem se concentrado em estabelecer centros de tratamento em lugares com doentes e em treinar as comunidades locais, incluindo 11 mil professores na Libéria, a fim de educar as pessoas sobre como combater a doença.

Em Serra Leoa, 75 por cento das casas visadas foram contactadas por “mobilizadores sociais”. Mas em algumas áreas de Guiné, onde uma equipe contra o ebola foi morta na semana passada, ainda há resistência em relação a tais esforços, disse a OMS. “Por exemplo, há relatos de que em Fassankoni, na Guiné, comunidades montaram bloqueios para se protegerem das equipes”, disse.

O risco de infecção entre trabalhadores da área da saúde é também muito maior do que se pensou inicialmente. Uma recontagem mostrou que 81 morreram em Serra Leoa entre 83 que contraíram a doença - uma taxa de morte de 72 por cento, em vez da taxa de 40 por cento anteriormente relatada.

A OMS disse que seus mais recentes dados ainda não incluíam casos de mortes descobertos durante uma operação de contenção em Serra Leoa.

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