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Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 17h11.
São Paulo - Os Estados Unidos defenderam na quarta-feira a morte de Osama bin Laden pelos militares norte-americanos como um ato de legítima defesa nacional e disseram que o líder da Al Qaeda não fez nenhuma tentativa de se render.
O secretário de Justiça, Eric Holder, disse ao Comitê Judiciário do Senado que Bin Laden não tinha nenhuma intenção de ser capturado pelas forças norte-americanas, que invadiram seu esconderijo no Paquistão na segunda-feira.
"Vou deixar algo muito claro: a operação em que Osama bin Laden foi morto foi legal. Ele era o chefe da Al Qaeda, a organização que havia realizado os ataques de 11 de setembro. Ele admitiu o seu envolvimento", disse Holder, a maior autoridade legal dos EUA.
Houve críticas no mundo muçulmano quanto à morte de Bin Laden e seu enterro imediato no mar, bem como questões sobre se Washington agiu em violação à lei internacional.
Homens do Comando Especial de Guerra Naval atiraram no rosto contra Bin Laden, que estava desarmado, quando o encontraram no terceiro andar de um complexo altamente fortificado 35 quilômetros ao norte da capital paquistanesa, Islamabad.
Mas alguns parlamentares dos EUA disseram que o líder da Al Qaeda poderia ter uma arma escondida ou um colete com bombas para explodir no caso de estar na iminência de ser capturado.
"Da perspectiva do comando naval, é preciso acreditar que esse cara era um IED (dispositivo explosivo improvisado) ambulante", disse o senador republicano Lindsey Graham.
"Se eu fosse um desses homens e tivesse uma identificação positiva desse cara, eu ia querer deixá-lo o mais longe possível dos meus companheiros."
Holder disse que foi lícito atirar contra Bin Laden, porque ele era o comandante inimigo em campo e a operação foi conduzida de uma maneira consistente com as leis e valores dos EUA, acrescentando que era uma "missão para matar ou capturar."
"A ação é justificada como um ato de defesa nacional", disse Holder. "Se ele tivesse se rendido ou tentado se render, deveríamos, obviamente, aceitar a rendição, mas não havia nenhuma indicação de que ele queria fazer isso e, portanto, sua morte foi apropriada."
Uma semana depois dos ataques de 2001 contra Nova York, Washington e Pensilvânia, que mataram cerca de 3.000 pessoas, o Congresso dos EUA deu permissão ao presidente de usar a força militar para perseguir qualquer indivíduo ou entidade ligada aos ataques ou que abrigassem os responsáveis.
A resolução comum, conhecida como Autorização de Uso de Força Militar, deu autoridade ao então presidente George W. Bush de usar "força necessária e apropriada contra as nações, organizações ou pessoas" que estivessem envolvidas ou pudessem vir a realizar ataques contra os Estados Unidos.