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Mladic ordenou conscientemente o massacre de Srebrenica

Promotoria assegura que o ex-general comandou a operação que matou quase 8 mil bósnios muçulmanos em 1995

Mladic (à direita) conversa com um soldado sérvio nos arredores de Sarajevo, em 1994 (Pascal Guyot/AFP)

Mladic (à direita) conversa com um soldado sérvio nos arredores de Sarajevo, em 1994 (Pascal Guyot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 07h26.

Bruxelas - O ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic dirigiu no terreno e "consciente de todos seus atos" o massacre de Srebrenica, que matou quase 8 mil bósnios muçulmanos em 1995, assegurou nesta quinta-feira o promotor Peter McCloskey no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII).

O americano McCloskey continuou hoje as alegações da Promotoria iniciadas ontem em Haia e com as quais o Ministério Público quer demonstrar a responsabilidade de Mladic nos crimes de guerra, lesa-humanidade e genocídio cometidos na Bósnia entre 1992 e 1995.

O promotor assinalou que Mladic 'às vezes liderou no terreno' as ações de detenção, transporte e assassinato desses homens muçulmanos no enclave de Srebrenica.

'Um Exército desorganizado não acaba com a vida de 8 mil pessoas. Só é possível alcançar algo assim um Exército bem liderado e dirigido, que sabe o que faz', assegurou o promotor.

Entre outras coisas, a Promotoria mostrou um vídeo em que Mladic, filmado por um mercenário, manda seus homens continuarem 'a vingança contra os turcos' e queima uma bandeira da Turquia que até esse momento tremulava no enclave de Srebrenica.

A gravação corresponde a 11 de julho de 1995, quando começou o massacre dos bósnios muçulmanos.

Mladic, atento aos documentos, compareceu com aspecto mais cansado do que há 24 horas e pediu um intervalo após os primeiros 45 minutos de sessão.

Os promotores apresentarão durante o julgamento as versões de 411 testemunhas, sete das quais irão dar suas declarações no próprio tribunal.

O início do julgamento acontece um ano depois da detenção de Mladic e 17 anos depois de o tribunal ter publicado a primeira acusação contra o ex-general.

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