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Mistério e diplomacia nos bastidores da abertura em Sochi

O Comitê Organizador forneceu poucas informações sobre o conteúdo do espetáculo, que terá duas horas e meia de duração e começará às 20h14 locais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 19h57.

Como costuma acontecer nas Olimpíadas, há um grande mistério em torno da cerimônia de abertura dos Jogos de Sochi-2014, que será realizada nesta sexta-feira em meio a um sutil jogo diplomático em torno das personalidades que marcarão ou não presença no evento.

O Comitê Organizador forneceu poucas informações sobre o conteúdo do espetáculo, que terá duas horas e meia de duração e começará às 20h14 locais (14h14 no horário de Brasília) no estádio Fisht.

O momento mais aguardado será quando o presidente Vladimir Putin declarar oficialmente "aberta" a 22ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Às margens do Mar Negro, a cerimônia exaltará oito episódios marcantes da história e da cultura russa, divididos em três atos (Rússia Medieval, Império e século XX).

Pelos títulos de cada um dos oito quadros, também sabe-se que haverá homenagens à cidade de Kostroma - que resistiu às invasões mongóis e tártaras -; a Moscou; São Petersburgo; a Pedro, o Grande (primeiro imperador da Rússia); à vanguarda artística do século XX e aos bailes imperiais.

Essas épocas serão representadas aos 40.000 espectadores com muitos efeitos pirotécnicos. O único detalhe que pôde ser visto do lado de fora dos ensaios foram cavalos voadores luminosos. O coral do Exército Vermelho e o pianista Denis Matsuiev foram atrações musicais confirmadas pela imprensa russa, assim como o grupo Lube, o preferido do presidente Putin.

Não se sabe como a tocha olímpica chegará ao estádio, ao final de uma longa viagem de 65.000 km que a levou até o espaço. O Comitê Organizador deve torcer para que a chama não apague no momento crucial. Isso já aconteceu 44 vezes desde que saiu da Grécia rumo à Rússia.


O desfile dos atletas também será um dos momentos mais aguardados da cerimônia. A delegação brasileira será a 15ª a entrar no estádio, com a porta-bandeira Jaqueline Mourão, primeira mulher brasileira a disputar tanto Olimpíadas de Verão e de Inverno.

Os figurinos usados nos desfile serão atração a parte. Os mais ousados serão os alemães, que usarão roupas cheias de cores, e os americanos, com visual inspirado no Natal. Para dar um toque de charme à cerimônia, as placas com os nomes de países serão carregadas por modelos, entre elas algumas das 'tops' mais concorridas do mundo da moda.

Diplomacia e protestos

As personalidades presentes nas arquibancadas também serão o foco das atenções. Putin receberá líderes internacionais, entre eles o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O que gerou mais comentários foi a ausência marcante de governantes como o presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, da França, François Hollande, ou o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Esses líderes optaram por não fazer a viagem, para manifestar sua desaprovação à política russa em termos de direitos humanos e à lei 'anti-gay', que pune com multa e até prisão a "propaganda homossexual" diante de menores.

O novo presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, eleito em setembro, deixou claro que não está nada satisfeito com essas ausências. "Vimos alguns políticos cuja contribuição a uma boa causa foi recusar um convite que não receberam", disparou.

Por outro lado, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovytch, que enfrenta um forte movimento de contestação em seu país em reação à sua política pró-russa, estará obviamente ao lado de Putin. O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, também confirmaram presença e aproveitarão a viagem para discutir as relações bilaterais com Moscou.

Os polêmicos Alexandre Lukachenko, presidente de Belarus, e Leonid Tibilov, presidente da Ossétia do Sul, região separatista da Geórgia reconhecida pela Rússia, são outras personalidades que participarão do evento.

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