Ministro palestino diz que Israel libertará 1,2 mil prisioneiros com cessar-fogo em Gaza
Entre eles, 200 estariam cumprindo penas de prisão perpétua. A informação foi divulgada pelo jornal israelense Haaretz
Redação Exame
Publicado em 12 de janeiro de 2025 às 10h19.
Última atualização em 12 de janeiro de 2025 às 10h24.
O ministro de Assuntos de Detentos e Ex-detentos palestino, Qadura Fares, afirmou neste domingo, 12, quea primeira etapa do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas prevê a libertação de 1,2 mil prisioneiros palestinos. Entre eles, 200 estariam cumprindo penas de prisão perpétua. A informação foi divulgada pelo jornal israelense Haaretz.
Segundo Fares,os prisioneiros libertados incluirão homens, mulheres e menores de idade. Ele ressaltou que as exigências de Israel para ampliar o número de reféns libertados podem "aumentar o preço" da negociação. Não há, até o momento, um número exato sobre quantos detentos adicionais seriam incluídos, mas o ministro estimou que centenas poderiam ser acrescentados à lista.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou no sábado que uma delegação de altos funcionários, liderada pelos chefes do Mossad e do Shin Bet, viajou ao Catar para negociar um cessar-fogo e a libertação de reféns mantidos em Gaza. Em meio as negociações, as forças israelenses aprovaram planos para a rápida retirada em Gaza.
A decisão ocorreu após uma reunião entre Netanyahu e Steve Witkoff, enviado especial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Witkoff visitou Doha antes de Jerusalém, onde se encontrou com o premiê Mohammed al-Thani. Sua missão é pressionar os envolvidos a avançar nas negociações e alcançar um cessar-fogo antes de Trump assumir a presidência em 20 de janeiro.
“Ao final da reunião [com Witkoff], o primeiro-ministro instruiu os chefes do Mossad e do Shin Bet, além de outros altos funcionários, a viajar para Doha para avançar no acordo para a libertação dos reféns”, afirmou o gabinete de Netanyahu em comunicado.
Última troca de prisioneiros ocorreu em 2023
A última troca de prisioneiros entre Israel e Hamas ocorreu em novembro de 2023, após o ataque do grupo palestino em outubro do mesmo ano. Na ocasião, um acordo mediado por Catar, Estados Unidos e Egito resultou na libertação de80 reféns israelenses e estrangeiros, incluindo mulheres e menores de idade, em troca de 240 prisioneiros palestinos. Outros 25 reféns, em sua maioria cidadãos tailandeses, foram libertados em negociações separadas. Entre as 250 pessoas sequestradas pelo Hamas no ataque, 96 continuam em cativeiro, sendo que 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
No primeiro acordo de troca, Israel liberou 150 palestinos em troca de 50 civis israelenses, resultando em uma proporção de três prisioneiros palestinos para cada refém israelense. Historicamente, reféns militares têm um "valor de troca" maior, como o soldado Gilad Shalit, cuja libertação, em 2011, envolveu a soltura de 1.027 prisioneiros palestinos.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou em 1,2 mil mortos em Israel, as conversas sobre um cessar-fogo têm enfrentado diversos impasses, apesar da mediação de EUA, Catar e Egito. Até agora, a única trégua alcançada nos últimos 15 meses foi breve e ocorreu nas semanas iniciais do conflito.
Enquanto as negociações continuam, o Ministério da Saúde de Gaza afirma quea retaliação israelense já deixou mais de 45,8 mil mortos no território palestino, com mulheres e crianças representando mais da metade das vítimas. Por outro lado, o Exército israelense afirma, sem apresentar provas, que matou mais de 17 mil combatentes do Hamas.
Com informações da Agência o Globo.