Ministro marroquino qualifica homossexualidade como "asquerosa"
Mustafa Ramid que foi gravado às escondidas dizendo que gays são "lixo", quis se explicar e se deu mal
EFE
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 09h14.
Rabat - O ministro de Direitos Humanos do Marrocos , o islamita Mustafa Ramid, que há uma semana qualificou os gays como "lixo" sem saber que estava sendo gravado, quis explicar suas palavras e acabou dizendo que a homossexualidade é "asquerosa".
Em sua conta no Facebook, Ramid quis abordar a polêmica gerada na sexta-feira passada por suas palavras e publicou um longo "post" para explicar seu ponto de vista.
"Se qualifiquei a homossexualidade como asquerosa, foi em referência aos atos e às práticas homossexuais como tais, e não necessariamente às pessoas que com ela se identificam", esclareceu o ministro, utilizando sempre a expressão "desvio sexual".
Como se não tivesse ficado claro, Ramid continuou: "A homossexualidade continua sendo um delito punido pela lei marroquina e, além disso, inaceitável na nossa sociedade".
Ramid, que antes de ser ministro de Direitos Humanos ocupou a pasta de Justiça, nunca escondeu sua opinião sobre os gays e em várias ocasiões disse que a sociedade marroquina "não está preparada" para admitir a homossexualidade.
O Código Penal marroquino pune no seu artigo 489 a prática da homossexualidade (definida como "a comissão de atos antinaturais com indivíduos do mesmo sexo") com penas de até três anos de prisão.
Ramid acaba de participar em Genebra do "exame periódico universal sobre os direitos humanos", onde apresentou algumas melhoras introduzidas no seu país, mas sem tocar em temas mais espinhosos, como a proibição da homossexualidade, das relações sexuais extraconjugais, da infração do jejum no Ramadã ou da conversão a qualquer religião diferente do Islã.