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Ministro da Venezuela diz que sabe onde está Gonzáles Urrutia, opositor de Maduro nas eleições

Diosdado Cabello afirmou que ex-candidato presidencial estaria 'num município conhecido da oposição'; defesa do diplomata pede respeito pelas 'garantias processuais'

O candidato da aliança opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD), Edmundo González Urrutia, em Caracas, em 18 de junho de 2024 (AFP/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 11h38.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 11h42.

O ministro do Interior, da Justiça e da Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou que já tem a localização do opositor Edmundo González Urrutia. A declaração foi feita nesta quarta-feira, dias após a Justiça venezuela aceitar um pedido do Ministério Público para emitir um mandado de prisão contra o ex-candidato presidencial, que foi acusado de cinco crimes pelo órgão ligado ao chavismo depois de ter ignorado três intimações para depor. Cabello afirmou que González Urrutia estaria “num município conhecido da oposição”.

"Vou levá-lo a um amigo meu, que é o ministro do Interior e da Justiça", disse Cabello, rindo, durante o programa Con el Mazo Dando.

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O advogado de González Urrutia, José Vicente Haro, entregou ao procurador-geral do país, Tarek William Saab, uma carta em que pede o respeito pela “presunção de inocência” e pelas “garantias processuais” que, segundo ele, “não estiveram presentes” nas três convocações emitidas pela Procuradoria Geral da República.

À CNN, Haro afirmou que o documento detalha os motivos pelos quais o opositor não compareceu para depor, reforçando que o ex-candidato não foi informado sobre o motivo de sua convocação.

As intimações que González Urrutia recebeu tinham como foco o site no qual a oposição, liderada por María Corina Machado, publicou as cópias de mais de 80% das atas eleitorais que supostamente comprovariam a vitória do ex-diplomata contra o atual presidente da Venezuela,Nicolás Maduro. O chavismo considera que essas publicações foram “forjadas”, embora o Centro Carter, um dos poucos observadores internacionais do processo eleitoral no país, tenha dito que os documentos são “consistentes” e que González Urrutia venceu de maneira “clara”.

A situação da oposição naVenezuelatem sido cada dia mais complicada.González Urrutiaestá, segundo seus advogados, “pulando de casa em casa”. Sua esposa está no apartamento do casal, em Caracas, contando apenas com a companhia de uma de suas filhas (a outra mora na Espanha). A comunicação entre o opositor, sua família, amigos e colaboradores é escassa, contou ao GLOBO um desses colaboradores. Segundo ele, o ex-candidato “está muito preocupado com sua família, sobretudo com sua esposa” porque “eles receberam ameaças”.

Haro, o advogado de González Urrutia, disse à La W Radio que o opositor descartou a possibilidade de solicitar asilo político. Fontes emCaracasafirmaram que o ex-candidato está escondido numa embaixada, mas fontes do governo brasileiro indicaram que ele não está na missão doBrasil. As opções entre os países latino-americanos são poucas, já que, após as eleições de 28 de julho, a Venezuela rompeu relações com diversas nações vizinhas. Analistas e jornalistas venezuelanos especularam que o opositor poderia estar em uma embaixada europeia.

Manifestações após eleção de Maduro

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