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Milhares de manifestantes protestam contra Trump nos EUA

De Nova York a Los Angeles, passando por grandes cidades, os manifestantes gritavam frases como "O amor supera o ódio" ("Love trumps hate")

Protestos: "É um momento difícil para muitos americanos" (Jason Redmond/Reuters)
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AFP

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 09h08.

Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 14h41.

Aos gritos de "Não é meu presidente!", milhares de pessoas protestaram nesta quarta-feira em várias cidades dos Estados Unidos contra a vitória nas eleições presidenciais de Donald Trump.

De Nova York a Los Angeles, passando por Chicago, Filadélfia, Portland (Oregon), Seattle e outras grandes cidades, os manifestantes gritavam, entre outras frases, "O amor supera o ódio" ("Love trumps hate") ou "Trump pegou a América pela vagina!".

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A maioria das manifestações foram pacíficas, embora tenham sido registrados incidentes em Oakland, no estado da Califórnia, enquanto a polícia deteve 15 pessoas em Nova York, segundo o jornal New York Times.

Em Nova York, centenas de manifestantes com cartazes que diziam "Descartar Trump" se reuniram na Union Square e depois marcharam em direção à Trump Tower, residência do presidente eleito na Quinta Avenida.

O sistema eleitoral indireto americano não funciona mais, disse à AFP o manifestante Nicholas Forker, ao se referir ao fato de a democrata Hillary Clinton ter tido 200.000 votos a mais que Trump.

"Acredito que definitivamente precisa ser reformado. Acredito que é ridículo", acrescentou.

Em Washington, centenas de manifestantes seguravam cartazes que diziam "Educação para todos" e realizaram uma vigília diante da Casa Branca para protestar contra o racismo, o sexismo e a xenofobia de Trump.

"As pessoas têm motivos para sentir medo", afirmou um dos organizadores, Ben Wikler, diretor em Washington do grupo MoveOn.org.

O ativista disse que eram registradas manifestações similares em centenas de comunidades do país.

"Estamos aqui porque nestes momentos obscuros não estamos sozinhos", acrescentou, recebendo a resposta em coro da multidão "Não estamos sozinhos!".

"Não é meu presidente"

Na Califórnia, estudantes do ensino médio e universitários protestaram nos campi e não compareceram às aulas.

Um grupo de manifestantes bloqueou uma importante estrada do centro de Los Angeles, em um protesto que durou até a madrugada desta quinta-feira, provocando engarrafamentos.

A polícia prendeu 13 pessoas, indicou o jornal Los Angeles Times.

Os manifestantes também queimaram uma imagem da cabeça de Trump, feita com uma caixa e coroada por um brilhante cabelo laranja, diante do City Hall (sede do município).

"Não é meu presidente", gritavam centenas de adolescentes.

Em Oakland, Califórnia, 7.000 manifestantes - segundo estimativas da polícia - acenderam fogueiras na rua e permaneceram ao seu redor cantando, informou a imprensa local.

Alguns lançaram garrafas e fogo de artifício contra a polícia, segundo a KPIX TV.

Ethan Miller, do grupo de defesa dos direitos dos trabalhadores "Jobs with Justice", afirmou que os organizadores realizaram a vigília de Washington para demonstrar a resistência da sociedade civil.

"É um momento difícil para muitos americanos", disse Miller à AFP.

"Vimos uma campanha cheia de racismo e misoginia e de táticas terríveis que em última instância permitiram que (Donald Trump) vencesse a eleição", explicou.

"Mas não vamos deixar que uma presidência de Donald Trump detenha o progresso neste país", acrescentou Miller.

Em Oregon, 300 pessoas bloquearam o trânsito no centro de Portland, enquanto na Pensilvânia centenas de estudantes universitários marcharam pelas ruas, pedindo unidade.

Em Chicago, milhares de pessoas se reuniram ao redor da Trump Tower, bloqueando as ruas do centro e o tráfego.

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