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México quer que Israel se desculpe por fala sobre muro

O chefe de governo israelense manifestou seu apoio à construção de um muro na fronteira entre o território mexicano e o dos EUA

Luis Videgaray: o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Emanuel Nahshon, tentou diminuir a tensão (Henry Romero/Reuters)
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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 14h30.

Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 14h35.

Cidade do México - O chanceler do México , Luis Videgaray, pediu nesta segunda-feira a Israel que se desculpe e retifique a mensagem divulgada neste fim de semana pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na qual o chefe de governo israelense manifestou seu apoio à construção de um muro na fronteira entre o território mexicano e o dos Estados Unidos.

"Estamos esperando uma retificação, um pedido de desculpas seria apropriado", disse Videgaray em entrevista à emissora "Televisa", na qual exigiu "sensibilidade" ao governo israelense para "corrigir" e "esclarecer" este comentário.

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No último sábado, Netanyahu publicou em seu Twitter uma mensagem que causou rapidamente um choque diplomático: "O presidente Trump está correto. Eu construí um muro na fronteira sul de Israel. Acabou com toda a imigração ilegal. Grande sucesso. Grande ideia".

Posteriormente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Emanuel Nahshon, tentou diminuir a tensão, explicando que o primeiro-ministro se referia ao fato de que a nação está disposta "a compartilhar" sua "experiência particular em segurança", e negou que expressasse sua opinião sobre as relações entre México e Estados Unidos.

No entanto, o titular da Secretaria de Relações Exteriores (SRE) do México disse hoje que o gabinete de Netanyahu está dando uma explicação "pouco aceitável" e mostrou sua "rejeição absoluta" às palavras do primeiro-ministro de Israel.

"É absolutamente incompreensível que seu primeiro-ministro se manifeste desta maneira, algo que consideramos, francamente, uma agressão", respondeu Videgaray.

Além disso, o ministro lembrou que o México é um "grande amigo" de Israel e que a nação latino-americana "se orgulha de ter uma grande comunidade judaica mexicana".

"Tivemos muitos gestos de amizade para com o povo israelita", afirmou o ministro.

No mesmo sábado, após a publicação do tweet, o México manifestou ao Ministério das Relações Exteriores israelense "sua profunda estranheza, rejeição e decepção" pelo comentário de Netanyahu.

A oposição israelense qualificou o gesto de um "grave erro" e Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid, disse que se tratava de "uma declaração de guerra desnecessária ao México e aos hispânicos".

As palavras de Netanyahu foram criticadas inclusive dentro de seu governo, pois o ministro do Interior israelense, Aryeh Deri, se juntou às críticas e pediu que o chefe do governo de Israel "reconsiderasse" suas palavras.

O embaixador de Israel no México, Jonathan Peled, foi hoje "convidado" à SRE às 13h locais (17h de Brasília), previsivelmente para falar sobre este entrevero diplomático causado pelas palavras de Netanyahu, informaram fontes oficiais israelenses.

No entanto, Videgaray não se referiu hoje ao tema, nem fontes da SRE consultadas pela Agência Efe confirmaram esse ponto até o momento.

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