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Mesmo sem participar, Maduro e Guaidó discordam sobre reunião no Uruguai

Enquanto o governo Maduro diz apoiar "iniciativas de facilitação do diálogo", Guaidó diz que a oposição não vai se prestar a "nenhum tipo de falso diálogo"

Venezuela: a reunião com representantes de vários países será realizada nesta quinta-feira em Montevidéu (Montagem/Exame)
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AFP

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 12h36.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2019 às 12h38.

Um grupo de países com posições divergentes sobre a Venezuela tentará nesta quinta-feira, em Montevidéu, buscar uma solução para a crise naquele país, em meio à disputa entre o presidente Nicolás Maduro e o presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó .

Representantes da União Europeia (UE), de oito países do bloco e de cinco da América Latina se encontrarão em Montevidéu com o objetivo de contribuir para criar as condições para possibilitem um processo político e pacífico à grave crise política na Venezuela.

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Inicialmente convocado por México e Uruguai como um encontro de "países neutros" para buscar uma solução, a reunião terá a participação da UE, que se uniu ao processo após a criação de um grupo de contato internacional, ao qual depois foram adicionados três países latino-americanos (Equador, Costa Rica e Bolívia).

Aliada do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a Rússia lamentou nesta quinta não ter sido convidada para a reunião do Grupo de Contato Internacional.

"Esperávamos que a Rússia pudesse participar dos trabalhos que acontecerão hoje em Montevidéu, ao menos como país observador, mas nos disseram que algo assim não estava previsto para ninguém", declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, à agência de notícias RIA Novosti.

Riabkov destacou a preocupação de seu país ante as informações de que a reunião não dará tanta atenção a "uma solução entre venezuelanos".

Também alertou para as tentativas "de pressão contra as autoridades legítimas de Caracas".

A reunião não terá a participação de representantes do governo de Maduro nem da oposição venezuelana.

Maduro apoiou na quarta-feira "todos os passos e iniciativas de facilitação do diálogo" e afirmou que o governo está "preparado" para participar em um processo de entendimento.

Mas Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro e foi reconhecido por quase 40 países, incluindo os Estados Unidos, reiterou que "a oposição venezuelana não vai se prestar a nenhum tipo de falso diálogo" que permita a Maduro ganhar tempo.

A reunião acontece em um momento de tensão pela chegada de ajuda humanitária a Venezuela, em particular enviada pelos Estados Unidos, após o bloqueio dos militares em uma ponte da fronteira com a Colômbia, onde foi estabelecido um centro de coleta de remédios e alimentos.

Guaidó, 35 anos, fez um apelo aos militares para que não bloqueiem a entrada de ajuda, que Maduro rejeita por considerá-la a ponta de lança de uma invasão.

Com escassez de alimentos e remédios, além de uma inflação que o FMI projeta em 10.000.000% para este ano, a Venezuela enfrenta a pior crise de sua história moderna, que provocou o êxodo de 2,3 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU.

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