Merkel diz que crise de refugiados mudará a Europa
"Honestamente, o sistema Dublin em seu estado atual na prática está obsoleto. Tinha boas intenções, mas demonstrou não ser sustentável", disse Merkel
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2015 às 13h28.
Estrasburgo - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel , afirmou nesta quarta-feira que a legislação Dublin, que regula o asilo na UE ficou "obsoleta", e defendeu um novo sistema de distribuição equitativa e justa entre os Estados-membros dos refugiados , mudança motivada por uma crise que transformará a Europa profundamente.
"Honestamente, o sistema Dublin em seu estado atual na prática está obsoleto. Tinha boas intenções, mas demonstrou não ser sustentável. Por isso defendo um novo procedimento para uma distribuição justa e solidária", disse Merkel ao plenário do parlamento Europeu (PE) junto com o presidente francês, François Hollande.
Para Merkel, "este é um momento em que a Europa tem pela frente de novo um grande desafio, uma prova de dimensões históricas", em referência às milhares de pessoas que fogem de conflitos e da perseguição e buscam proteção na Europa, especialmente sírios.
A chanceler admitiu que nem a Europa, nem seus parceiros transatlânticos, em referência aos EUA, conseguiram com esforços diplomáticos e políticos alcançar a paz à Síria, e também não conseguiram evitar o "reforço" do Estado Islâmico nesse país árabe e no Iraque, nem preencher o vazio de poder na Líbia.
Segundo Merkel, o imenso número de refugiados que chega à Europa, o maior desde a Segunda Guerra Mundial, "mudou a agenda diária da União Europeia (UE), e representa um desafio para nossos valores e interesses".
"Ninguém abandona seu país facilmente, nem os que vêm por motivos econômicos, mas a estes devemos dizer que não podem ficar, exatamente para que possamos realmente ajudar os que precisam da nossa proteção", disse a chanceler alemã.
Para ela, a Europa tem que focar mais sua política externa e de desenvolvimento para a solução desses conflitos e na luta contra as razões que fazem tantos refugiados fugirem para a Europa, e a UE tem que "fazer mais financeiramente".
Todas estas decisões devem "ser tomadas rapidamente", enfatizou Merkel, que resumiu que tudo isso "vai mudar a Europa de novo", assim como as revoluções pacíficas da Europa central e do leste da Europa fizeram profundamente há 25 anos, e que tiveram sua máxima expressão na reunificação da Alemanha.
"Precisamos de um processo político para solucionar o conflito na Síria, com todos os atores regionais e internacionais e com um papel reforçado da Europa, e temos que ajudar os estados vizinhos à Síria", o que torna essencial o diálogo com a Turquia e a criação de um governo de união nacional na Líbia, acrescentou.
"Exatamente agora precisamos de mais Europa. Mais do que nunca precisamos da coragem e da unidade que a Europa sempre demonstrou quando era preciso", assinalou, e "só juntos poderemos lutar contra as causas mundiais da crise de refugiados e só unidos podemos estabelecer os centros de registros e identificação e proteger melhor as fronteiras exteriores da UE", destacou.
"Mas tudo isso sem ameaçar a Europa sem fronteiras", insistiu.
"Temos que admitir, inclusive que se tentássemos nos isolar completamente não solucionaríamos nenhum problema, que se agranvariam", acrescentou.
"Só juntos alcançaremos acordos de devolução e só juntos alcançaremos uma distribuição justa e adequada entre todos os Estados- membros", concluiu Merkel.
Estrasburgo - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel , afirmou nesta quarta-feira que a legislação Dublin, que regula o asilo na UE ficou "obsoleta", e defendeu um novo sistema de distribuição equitativa e justa entre os Estados-membros dos refugiados , mudança motivada por uma crise que transformará a Europa profundamente.
"Honestamente, o sistema Dublin em seu estado atual na prática está obsoleto. Tinha boas intenções, mas demonstrou não ser sustentável. Por isso defendo um novo procedimento para uma distribuição justa e solidária", disse Merkel ao plenário do parlamento Europeu (PE) junto com o presidente francês, François Hollande.
Para Merkel, "este é um momento em que a Europa tem pela frente de novo um grande desafio, uma prova de dimensões históricas", em referência às milhares de pessoas que fogem de conflitos e da perseguição e buscam proteção na Europa, especialmente sírios.
A chanceler admitiu que nem a Europa, nem seus parceiros transatlânticos, em referência aos EUA, conseguiram com esforços diplomáticos e políticos alcançar a paz à Síria, e também não conseguiram evitar o "reforço" do Estado Islâmico nesse país árabe e no Iraque, nem preencher o vazio de poder na Líbia.
Segundo Merkel, o imenso número de refugiados que chega à Europa, o maior desde a Segunda Guerra Mundial, "mudou a agenda diária da União Europeia (UE), e representa um desafio para nossos valores e interesses".
"Ninguém abandona seu país facilmente, nem os que vêm por motivos econômicos, mas a estes devemos dizer que não podem ficar, exatamente para que possamos realmente ajudar os que precisam da nossa proteção", disse a chanceler alemã.
Para ela, a Europa tem que focar mais sua política externa e de desenvolvimento para a solução desses conflitos e na luta contra as razões que fazem tantos refugiados fugirem para a Europa, e a UE tem que "fazer mais financeiramente".
Todas estas decisões devem "ser tomadas rapidamente", enfatizou Merkel, que resumiu que tudo isso "vai mudar a Europa de novo", assim como as revoluções pacíficas da Europa central e do leste da Europa fizeram profundamente há 25 anos, e que tiveram sua máxima expressão na reunificação da Alemanha.
"Precisamos de um processo político para solucionar o conflito na Síria, com todos os atores regionais e internacionais e com um papel reforçado da Europa, e temos que ajudar os estados vizinhos à Síria", o que torna essencial o diálogo com a Turquia e a criação de um governo de união nacional na Líbia, acrescentou.
"Exatamente agora precisamos de mais Europa. Mais do que nunca precisamos da coragem e da unidade que a Europa sempre demonstrou quando era preciso", assinalou, e "só juntos poderemos lutar contra as causas mundiais da crise de refugiados e só unidos podemos estabelecer os centros de registros e identificação e proteger melhor as fronteiras exteriores da UE", destacou.
"Mas tudo isso sem ameaçar a Europa sem fronteiras", insistiu.
"Temos que admitir, inclusive que se tentássemos nos isolar completamente não solucionaríamos nenhum problema, que se agranvariam", acrescentou.
"Só juntos alcançaremos acordos de devolução e só juntos alcançaremos uma distribuição justa e adequada entre todos os Estados- membros", concluiu Merkel.