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Mercosul pede ação antiespionagem e respeito às diferenças

Os chanceleres do bloco sul-americano se reuniram nesta quarta-feira em Caracas

O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro (c), cumprimenta o ministro de Relações Exteriores de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, em reunião do Mercosul, em Caracas (Juan Barreto/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 06h08.

Caracas - Os chanceleres do Mercosul se reuniram nesta quarta-feira em Caracas para discutir sobre a necessidade de se tomar atitudes contra a espionagem a seus governos e de estabelecer uma postura na negociação com a União Europeia (UE) que defenda o respeito às diferenças de desenvolvimento entre ambos os blocos.

Através de um comunicado, os representantes do bloco - formado por Venezuela, Uruguai, Brasil, Argentina e Paraguai - pediram que no acordo comercial que está sendo negociado entre Mercosul e UE seja incluído o poder de aplicar políticas que preservem os modelos de desenvolvimento "com inclusão social".

O comunicado foi divulgado após os membros terem decidido marcar uma reunião extraordinária para o próximo dia 15 de novembro em Caracas para consolidar a posição do bloco sul-americano em relação à UE.

No encontro, que reuniu os ministros das Relações Exteriores dos países-membros do bloco, com exceção do Paraguai - que ainda não reincorporado formalmente -, as partes se comprometeram a criar uma instância permanente para combater a espionagem contra seus governos.

O acordo contra a espionagem ficou estabelecido em outro documento no qual os signatários concordaram em reforçar os sistemas de informação nacionais para evitar que entidades sem ligação com o bloco possam fazer uso de informações sem autorização.

"Condenamos novamente o sistema de espionagem global desenvolvido pelo governo dos Estados Unidos, que envolveu espionagem a presidentes como Dilma Rousseff do Brasil, mas também a empresas de todos nossos países", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.


A decisão dos chanceleres de criar esse novo mecanismo ocorre poucos meses depois que os presidentes do Mercosul condenaram formalmente a espionagem contra os países da região durante uma cúpula realizada no Uruguai.

A instância contra a espionagem se ocupará de "resistir a ações que violem a soberania" dos países, seguindo recomendações formuladas em reuniões de autoridades e especialistas em segurança cibernética e telecomunicações do bloco.

Durante o encontro de chanceleres, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aproveitou para recomendar que o Mercosul olhe para os Brics - grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - para ver "o novo século XXI".

"Se queremos ver o novo século XXI temos que olhar para os Brics, olhar para dentro da América e olhar para os Brics e ver que ali se pode criar um novo relacionamento, um novo poder", disse o governante do país que ostenta atualmente a Presidência temporária do Mercosul.

Maduro comentou, além disso, que o grupo Brics é "a grande expressão da esperança atual do século XXI no campo do surgimento de um novo mundo em termos econômicos".

O líder reiterou sua postura de que é preciso conseguir a ampliação do Mercosul, pois isso significaria sua consolidação. Esse ponto foi reforçado por seu chanceler, que assegurou que houve avanços na ideia de se criar um convênio que aproxime o bloco com outros mecanismos regionais.


O instrumento aproximaria, segundo Jaua, o Mercosul com a Petrocaribe, a Alba (Aliança Bolivariana para os povos da América) e a Caricom (Comunidade do Caribe) com a finalidade de criar "uma área econômica e comercial que articule a América Central, o Caribe e a América do Sul".

Enquanto transcorria a reunião, o titular das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, telefonou para os chanceleres para saudar a reunião, que também contou com a presença dos ministros de Economia do bloco, e pediu desculpas por não poder comparecer, de acordo com a informação oferecida por Jaua, que reiterou a importância do retorno do Paraguai ao Mercosul.

Maduro manifestou sua confiança para que o Paraguai retorne "o mais cedo possível" ao Mercosul, do qual foi suspenso em junho do ano passado após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo em um julgamento político.

Maduro disse que espera que, muito em breve, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, visite à Venezuela. O líder venezuelano comemorou o recente restabelecimento das relações entre os dois países.

"A Venezuela ama o Paraguai", exclamou Maduro, na primeira reunião de alto nível em seu país desde que assumiu a Presidência do bloco em julho.

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Caracas - Os chanceleres do Mercosul se reuniram nesta quarta-feira em Caracas para discutir sobre a necessidade de se tomar atitudes contra a espionagem a seus governos e de estabelecer uma postura na negociação com a União Europeia (UE) que defenda o respeito às diferenças de desenvolvimento entre ambos os blocos.

Através de um comunicado, os representantes do bloco - formado por Venezuela, Uruguai, Brasil, Argentina e Paraguai - pediram que no acordo comercial que está sendo negociado entre Mercosul e UE seja incluído o poder de aplicar políticas que preservem os modelos de desenvolvimento "com inclusão social".

O comunicado foi divulgado após os membros terem decidido marcar uma reunião extraordinária para o próximo dia 15 de novembro em Caracas para consolidar a posição do bloco sul-americano em relação à UE.

No encontro, que reuniu os ministros das Relações Exteriores dos países-membros do bloco, com exceção do Paraguai - que ainda não reincorporado formalmente -, as partes se comprometeram a criar uma instância permanente para combater a espionagem contra seus governos.

O acordo contra a espionagem ficou estabelecido em outro documento no qual os signatários concordaram em reforçar os sistemas de informação nacionais para evitar que entidades sem ligação com o bloco possam fazer uso de informações sem autorização.

"Condenamos novamente o sistema de espionagem global desenvolvido pelo governo dos Estados Unidos, que envolveu espionagem a presidentes como Dilma Rousseff do Brasil, mas também a empresas de todos nossos países", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.


A decisão dos chanceleres de criar esse novo mecanismo ocorre poucos meses depois que os presidentes do Mercosul condenaram formalmente a espionagem contra os países da região durante uma cúpula realizada no Uruguai.

A instância contra a espionagem se ocupará de "resistir a ações que violem a soberania" dos países, seguindo recomendações formuladas em reuniões de autoridades e especialistas em segurança cibernética e telecomunicações do bloco.

Durante o encontro de chanceleres, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aproveitou para recomendar que o Mercosul olhe para os Brics - grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - para ver "o novo século XXI".

"Se queremos ver o novo século XXI temos que olhar para os Brics, olhar para dentro da América e olhar para os Brics e ver que ali se pode criar um novo relacionamento, um novo poder", disse o governante do país que ostenta atualmente a Presidência temporária do Mercosul.

Maduro comentou, além disso, que o grupo Brics é "a grande expressão da esperança atual do século XXI no campo do surgimento de um novo mundo em termos econômicos".

O líder reiterou sua postura de que é preciso conseguir a ampliação do Mercosul, pois isso significaria sua consolidação. Esse ponto foi reforçado por seu chanceler, que assegurou que houve avanços na ideia de se criar um convênio que aproxime o bloco com outros mecanismos regionais.


O instrumento aproximaria, segundo Jaua, o Mercosul com a Petrocaribe, a Alba (Aliança Bolivariana para os povos da América) e a Caricom (Comunidade do Caribe) com a finalidade de criar "uma área econômica e comercial que articule a América Central, o Caribe e a América do Sul".

Enquanto transcorria a reunião, o titular das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, telefonou para os chanceleres para saudar a reunião, que também contou com a presença dos ministros de Economia do bloco, e pediu desculpas por não poder comparecer, de acordo com a informação oferecida por Jaua, que reiterou a importância do retorno do Paraguai ao Mercosul.

Maduro manifestou sua confiança para que o Paraguai retorne "o mais cedo possível" ao Mercosul, do qual foi suspenso em junho do ano passado após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo em um julgamento político.

Maduro disse que espera que, muito em breve, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, visite à Venezuela. O líder venezuelano comemorou o recente restabelecimento das relações entre os dois países.

"A Venezuela ama o Paraguai", exclamou Maduro, na primeira reunião de alto nível em seu país desde que assumiu a Presidência do bloco em julho.

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