Respondendo a críticas, Henrique Meirelles disse que o Banco Central vai manter a economia brasileira crescendo de forma balanceada. (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Nova York - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem à Agência Estado que o BC tem os instrumentos para manter uma economia balanceada ao ser questionado se é sustentável o Brasil crescer perto de 10%. De acordo com o novo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a economia cresceu 9,85% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2009.
"Certamente o Banco Central tem os instrumentos, está comprometido, tem o histórico de manter uma economia balanceada e vai fazê-lo", afirmou durante jantar de gala promovido no hotel Waldorf Astoria, em Nova York, no qual Meirelles recebeu o prêmio Personalidade do Ano 2010 da Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Ele não respondeu, no entanto, se isso significaria mais vigor na política monetária, cujo ciclo de aperto foi iniciado na última reunião. "Vamos aguardar", respondeu Meirelles antes de prosseguir com a sessão de fotos com vários convidados que se aproximavam para cumprimentá-lo.
No último encontro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto porcentual, de 8,75% para 9,50% ao ano, após quase 10 meses sem mexer na taxa básica e 19 meses sem subir o juro. O próximo encontro do Copom será nos dias 8 e 9 de junho.
Vários economistas têm criticado o ritmo acelerado da economia, um sinal claro de superaquecimento, segundo eles. A última edição da revista The Economist traz reportagem com o título "Brasil voa alto demais para se manter seguro". "Ainda que esteja crescendo em velocidade chinesa, o Brasil não é a China", diz a revista, ressaltando, no entanto, que esse ritmo de crescimento está no timing perfeito para as eleições presidenciais.
A revista diz ainda que o fato de o BC ter aumentado os juros na última reunião é sinal de que "as autoridades começam a se preocupar" com a inflação e avalia que "tudo indica que nos últimos seis meses a economia cresceu a uma taxa anualizada acima de 10% nos últimos seis meses".
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