Medidas da Igreja chilena por abusos são realistas e concretas, diz papa
Bispos chilenos anunciaram medidas para começar a reparar dano causado, entre as quais a publicação de todas as investigações canônicas sobre denúncias
EFE
Publicado em 6 de agosto de 2018 às 20h39.
Santiago do Chile - O papa Francisco afirmou que as medidas anunciadas na semana passada pela Igreja Católica do Chile para avançar na busca por justiça e compensação para as vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero são "realistas e concretas", segundo uma carta divulgada nesta segunda-feira no Chile.
No documento, escrito à mão e dirigido ao presidente da Conferência Episcopal do Chile (CECH), Santiago Silva, o pontífice diz que ficou "impressionado" com o "trabalho de reflexão, discernimento e decisões" da hierarquia católica chilena.
"Tenho certeza de que ajudarão decididamente em todo este processo", manifestou Francisco, que agradeceu ao presidente da CECH por "este exemplo edificante".
"O que mais me comoveu é o exemplo de comunidade episcopal unida no pastoreio do santo povo fiel de Deus", acrescentou o papa.
O pontífice afirma que recebeu e leu com atenção o documento que os 34 bispos da CECH divulgaram na última sexta-feira ao término de uma assembleia plenária extraordinária de cinco dias para analisar a profunda crise que vive o clero pelas denúncias de abusos.
Nessa declaração, a Igreja chilena pediu perdão às vítimas de abusos e reconheceu seu erro "ao não escutar, crer, atender ou acompanhar as vítimas de graves pecados e injustiças cometidas por sacerdotes e religiosos".
Os bispos chilenos anunciaram uma série de medidas e compromissos para começar a reparar o dano causado, entre as quais se destaca a publicação de todas as investigações canônicas sobre denúncias de abusos sexuais contra menores de idade.
A Igreja se comprometeu a avançar na compensação das vítimas de abusos e a elaborar e implementar um "protocolo de bom tratamento" para fomentar relações baseadas no respeito em ambientes paroquiais, comunitários e educativos.
Além disso, foi publicada no site da CECH uma lista com os nomes de 42 sacerdotes e um diácono condenado, pela Justiça civil ou pela canônica, por abusos sexuais de menores.