Maduro pode abrir diálogo com oposição na Venezuela
ÀS SETE - Nessa terça-feira, o presidente aceitou um convite da República Dominicana e do ex-chefe da Espanha, José Zapatero, para retomar o diálogo
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 06h42.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 07h35.
Após mais de uma centena de mortes, uma eleição fraudada e uma invasão ao parlamento, o governo venezuelano de Nicolás Maduro pode, enfim, sentar para negociar com a oposição nesta quarta-feira. Segundo a agência Efe, dirigentes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pretendem chegar nesta quarta-feira à República Dominicana para um contato com o governo.
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Ontem, Maduro aceitou um convite do governo da República Dominicana e do ex-chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, para retomar um diálogo com a oposição.
“Quero anunciar que aceito esta nova jornada de diálogo”, afirmou o chefe de Estado venezuelano em rede obrigatória de rádio e televisão, em referência ao “convite”.
Maduro afirmou que isto implica em “instalar nas próximas horas uma nova jornada de diálogo para a paz e pela democracia venezuelana”.
O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, informou nesta terça-feira em Paris ao seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian, que as conversas começarão hoje na República Dominicana.
Maduro designou Jorge Rodríguez, atual prefeito do distrito de Libertador, em Caracas, para que represente seu governo nesta reunião e para “continuar os esforços de diálogo” do país.
Zapatero se reuniu ontem em Santo Domingo com o chanceler dominicano, Miguel Vargas, e, após o encontro, foi emitido um comunicado em que se mostraram “convencidos” de que existe “uma oportunidade para um processo de encontro, reconhecimento mútuo e reconciliação” na Venezuela.
Maduro abre caminho para um diálogo num momento de crescente pressão internacional. Na segunda-feira, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que o governo venezuelano de Nicolás Maduro pode ter cometido “crimes contra a humanidade”.
Hussein ainda pediu uma investigação internacional contra o governo venezuelano, lembrando que uma apuração recente feita por seu escritório acusou o governo de “uso excessivo da força” e de “violações de direitos humanos”.
Publicamente, a oposição venezuelana segue negando a participação no encontro e continua denunciando prisões arbitrárias de opositores ao governo, muitos deles em greve de fome nas prisões chavistas. Maduro pode até sentar para conversar, mas não dá sinais de reduzir os crimes cometidos contra quem ousa lhe fazer oposição.
(Com agência Efe)