Nicolás Maduro: líder esquerdista ameaçou mandar para a cadeia rivais que defenderem manifestações de rua (Miraflores Palace / Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de novembro de 2016 às 15h51.
Caracas - As negociações entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição, que pretendem neutralizar a crise política do país, tiveram um mau começo, depois que o líder esquerdista ameaçou mandar para a cadeia rivais que defenderem manifestações de rua.
Maduro, em seu programa semanal de televisão na terça-feira, dirigiu seu aviso ao Partido Popular Will, que chamou de organização terrorista, depois de ter dito que se opõe ao plano de aliança da oposição para aliviar a pressão sobre a presidência em favor de conversas mediadas pelo Vaticano e endossadas pelos Estados Unidos.
"Maduro, com sua agressão ao Popular Will e sua tentativa de dividir os democratas da Venezuela, está chutando a mesa de negociações e está zombando das palavras do Papa Francisco", disse nesta terça-feira Jesus Torrealba, chefe da coalizão da oposição. "Um ataque a um de nós é um ataque contra todos nós."
Com a economia da nação rica em petróleo perto de um colapso, Maduro enfrenta uma crescente agitação civil.
A oposição concordou na terça-feira em adiar sua campanha, bem como suas audiências de impeachment e os protestos de âmbito nacional que tinha planejado, para dar chance às negociações nascentes com o governo.
O presidente concentrou seus comentários realizados ontem contra o congressista do Popular Will Freddy Guevara, instando todas as instituições públicas a tomar ações legais e ameaçando-o com prisão, depois de advertir que sua imunidade parlamentar poderia ser despojada.