Presidente venezuelano Nicolás Maduro: "parece muito interessante o processo espiritual, ético, que está sendo gerado pelo papa Francisco. E assim nós o cumprimentamos", disse (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 06h13.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira que a exortação apostólica "Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho), o primeiro texto de peso escrito pelo papa Francisco, está "em sintonia" com o legado e o patrimônio espiritual do falecido líder Hugo Chávez.
"São documentos que para nós na revolução bolivariana entram em sintonia natural com todo o legado e o patrimônio espiritual e ético de nosso comandante Hugo Chávez", disse o chefe do Executivo durante um ato com seu gabinete no palácio presidencial de Miraflores.
"Quando eu o ler, vocês dirão: bom isso o poderia ser dito perfeitamente por qualquer homem e mulher de nosso povo", refletiu o líder venezuelano pouco antes de repassar as palavras de Francisco.
Maduro acrescentou que começou a ler o texto na noite da segunda-feira, após retornar de uma reunião do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) na qual, assinalou, falou sobre o documento.
"Parece muito interessante o processo espiritual, ético, que está sendo gerado pelo papa Francisco. E assim nós o cumprimentamos", disse.
"Na Igreja Católica há processos interessantes sempre", afirmou Maduro.
O presidente lembrou a audiência na qual foi recebido pelo pontífice no dia 17 de junho, a primeira viagem de Maduro à Europa como presidente da Venezuela após as eleições de 14 de abril.
"Foi realmente extraordinário", declarou Maduro, que nos últimos meses se referiu ao pontífice, em várias ocasiões, com simpatia.
Inclusive, quando o cardeal Jorge Bergoglio foi eleito papa, Maduro comemorou a notícia comentando que Chávez, que morreu no dia 5 de março, "teve alguma influência" no céu "para que fosse escolhido um papa sul-americano".
O papa Francisco acompanhou com atenção a situação política na Venezuela, após as eleições presidenciais de 14 de abril, que foram vencidas por Maduro, mas sem o reconhecimento da oposição, que as considerou fraudulentas.
No dia 21 de abril, o papa disse que acompanhava à Venezuela "com profunda preocupação, com intensas orações e com a esperança de que o país iria buscar e encontrar formas justas e pacíficas para superar suas sérias dificuldades".
Francisco se reuniu no dia 6 de novembro com o líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, que enfrentou Maduro nas eleições de abril.