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Macron nomeia o conservador Michel Barnier como novo primeiro-ministro da França

País estava sem ninguém no cargo há pelo menos dois meses

Michel Barnier foi nomeado como o novo primeiro-ministro da França, anunciou o palácio do Eliseu em 5 de setembro de 2024, quase dois meses após as eleições legislativas deixarem o país em um impasse político (AFP)

Michel Barnier foi nomeado como o novo primeiro-ministro da França, anunciou o palácio do Eliseu em 5 de setembro de 2024, quase dois meses após as eleições legislativas deixarem o país em um impasse político (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 08h53.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 10h20.

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O conservador Michel Barnier, ex-ministro e ex-comissário europeu, foi nomeado nesta quinta-feira, 5, como primeiro-ministro da França pelo presidente Emmanuel Macron, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.

Barnier foi encarregado de “formar um governo de unidade a serviço do país e dos franceses”, destacou a presidência francesa em um comunicado.

A nomeação de Barnier acontece “após um ciclo de consultas sem precedentes” nas quais Macron “garantiu que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para ter a maior estabilidade possível”.

O anúncio de sua nomeação ocorreu poucos minutos depois de o ex-ministro sair de uma reunião privada com Macron no Eliseu.

A posse de Barnier acontecerá ainda esta tarde, às 16h (horário local, 11h de Brasília), no Palácio de Matignon, residência oficial do chefe de governo.

Barnier, de 73 anos, será o primeiro-ministro mais velho da Quinta República e substituirá o mais jovem a ocupar o cargo, Gabriel Attal, que assumiu o posto no último mês de janeiro, aos 34 anos.

A nomeação acontece depois de duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando, no sábado, se completam dois meses desde o segundo turno das eleições legislativas, que deixou uma Assembleia Nacional sem uma maioria clara e enormemente dividida.

Barnier foi escolhido por Macron depois que outras figuras que havia considerado anteriormente enfrentaram vetos da esquerda e da extrema-direita, que são dois dos três grandes blocos da atual Assembleia Nacional.

A secretária nacional do Partido Ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de “submeter-se” à líder da extrema-direita, Marine Le Pen, uma vez que esta última ameaçou censurar outros possíveis primeiros-ministros, inclusive o conservador Xavier Bertrand.

"Ao final, já sabemos quem decide. O nome dela é Marine Le Pen. Foi ela a quem Macron decidiu submeter-se", criticou Tondelier, em declarações à emissora “FranceInfo”.

O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política na França e nas instituições da União Europeia (UE).

Seu último cargo foi o de negociador europeu para o Brexit entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu em duas ocasiões: de Mercado Interno (2010-14) e de Política Regional (1999-2004).

Foi ainda ministro das Relações Exteriores entre 2004 e 2005 durante a presidência de Jacques Chirac, e da Agricultura entre 2007 e 2009 com Nicolas Sarkozy no Eliseu, e antes disso foi titular do Meio Ambiente e de Assuntos Europeus.

Em uma longa carreira política iniciada em 1973, foi também membro do Parlamento Europeu e deputado e senador na França.

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