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Líderes políticos lamentam série de ataques no Sri Lanka

Explosões em igrejas e hotéis neste domingo (21) deixaram mais de 200 mortos e ao menos 460 feridos no no Sri Lanka

Sri Lanka: centenas de pessoas morreram e estão feridas após vários ataques a igrejas cristãs e hotéis (Stringer/Reuters)

Sri Lanka: centenas de pessoas morreram e estão feridas após vários ataques a igrejas cristãs e hotéis (Stringer/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de abril de 2019 às 10h11.

Última atualização em 21 de abril de 2019 às 18h09.

São Paulo — Líderes políticos do mundo todo se expressaram pesar hoje (21) após a série de ataques a igrejas e hotéis no Sri Lanka, que deixaram mais de 200 mortos e pelo menos 460 feridos.

Segundo as autoridades do Sri Lanka, os primeiros seis ataques ocorreram por volta das 8h45 (horário local, 2h30 em Brasília). No momento das explosões, os templos católicos estavam celebrando o Domingo da Ressureição, uma das datas mais importantes do calendário cristão.

A capital, Colombo, foi alvo de pelo menos quatro explosões: em três hotéis de luxo e uma igreja. As outras duas igrejas atingidas ficam em Negombo, no oeste do país (região que abriga uma grande população católica); e em Batticaloa, no leste.

Poucas horas depois das seis explosões simultâneas iniciais, foram registrados mais dois atentados. Uma explosão atingiu um pequeno hotel em Dehiwala, um subúrbio de Colombo. Uma oitava explosão foi registrada em Dematagoda, outro subúrbio da capital, e atingiu uma residência.

Os ataques contra minorias religiosas no Sri Lanka vêm se repetindo desde 2018, quando o governo teve de declarar estado de emergência depois de confrontos entre muçulmanos e budistas.

No país, a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas 15% e os muçulmanos 11%.

Atentados como estes não tinham acontecido no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que deixou, segundo dados da ONU, mais de 40 mil civis mortos.

Manifestações

O papa Francisco condenou os atentados, após ler sua mensagem de Páscoa: "Recebi com tristeza e dor a notícia dos graves atentados que, precisamente hoje, no dia da Páscoa, levaram luto e dor a algumas igrejas e outros locais de encontro no Sri Lanka. Desejo manifestar minha afeição e proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto estava reunida em oração, e a todas as vítimas dessa violência cruel. Confio ao Senhor os que faleceram tragicamente e rezo pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa deste acontecimento dramático".

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que "o ódio religioso e a intolerância que se mostraram hoje de maneira tão terrível não devem vencer".

"É chocante que as pessoas que se reuniram para celebrar a Páscoa juntas tenham sido conscientemente visadas nesse ataque perverso", afirmou Merkel em mensagem ao governo do Sri Lanka publicado por uma porta-voz no Twitter.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também condenou os "odiosos" ataques. "Condenamos fortemente esses atos odiosos", escreveu ele no Twitter. "Solidariedade total com o povo do Sri Lanka e nossos pensamentos para todos aqueles próximos às vítimas nesta Páscoa."

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, condenou o que chamou de ataques "verdadeiramente chocantes". Também no Twitter, ela disse que os atos de violência contra as igrejas e hotéis no Sri Lanka são verdadeiramente aterradores. "Devemos nos unir para garantir que ninguém tenha que praticar sua fé com medo", acrescentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, denunciou as séries de ataques como "cruéis e cínicas". Em telegrama de condolências enviado ao líder do Sri Lanka, Putin disse que Moscou continua sendo um "parceiro confiável do Sri Lanka na luta contra o terrorismo internacional". Ele acrescentou que os russos "compartilham a dor dos parentes dos mortos e desejam uma recuperação rápida para todos aqueles que foram feridos".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no Twitter que os "Estados Unidos oferecem sinceras condolências ao grande povo do Sri Lanka. Estamos prontos para ajudar!"

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamou as explosões de "um ataque a toda a humanidade" e ofereceu suas condolências às famílias das vítimas e ao povo do Sri Lanka.

Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos emitiram declarações por meio de seus ministérios de Relações Exteriores condenando os ataques. Os Emirados Árabes Unidos conclamaram "a comunidade internacional a fechar o cerco e erradicar o flagelo do terrorismo a fim de garantir a paz e a segurança internacionais". O Catar disse querer enfatizar sua "firme posição em rejeitar a violência e o terrorismo". O Bahrein afirmou que "esses atos de terrorismo são incompatíveis com princípios religiosos e valores humanos e morais".

O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão também criticou os ataques. O porta-voz do ministério Mohammad Faisal disse em comunicado que o povo e o governo do Paquistão estão ao lado do Sri Lanka após as explosões.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, também condenou os ataques "devastadores" contra igrejas e hotéis no Sri Lanka. Emcomunicado, Ardern se referiu aos disparos de 15 de março em duas mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch, nos quais 50 morreram. "A Nova Zelândia condena todos os atos de terrorismo e nossa posição só foi fortalecida pelo ataque em nosso solo", disse Ardern. "A Nova Zelândia rejeita todas as formas de extremismo e defende a liberdade de religião e o direito de adoração com segurança."

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse estar "terrivelmente entristecido" com os atentados. Zarif disse no Twitter que "o terrorismo é uma ameaça global sem religião: deve ser condenado e confrontado globalmente".

O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, chamou os ataques de "terrorismo cego" e ofereceu solidariedade ao povo do Sri Lanka. No Twitter, ele pediu misericórdia às "vítimas inocentes" e rápida recuperação dos feridos. Fonte: Associated Press.

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