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Líderes latino-americanos têm muitas pautas a discutir

Como é tradição, o Brasil fará o discurso inicial na Assembleia


	Dilma Rousseff: expectativa é que a presidente denuncie a espionagem americana das comunicações de cidadãos de outros países
 (Getty Images)

Dilma Rousseff: expectativa é que a presidente denuncie a espionagem americana das comunicações de cidadãos de outros países (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 16h08.

Bogotá - Governantes latino-americanos viajam a Nova York para expor na Assembleia Geral da ONU variados assuntos que vão desde a soberania das Malvinas, a paz na Colômbia, os limites do Caribe, a luta contra o narcotráfico, a espionagem global e o embargo de Cuba.

Como é tradição, o Brasil fará o discurso inicial na Assembleia. A expectativa é que a presidente Dilma denuncie a espionagem americana das comunicações de cidadãos de outros países, inclusive de outros que, como o Brasil, são aliados estratégicos dos EUA.

Um dos primeiros a viajar será o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que partirá hoje à noite também por causa de uma agenda cheia de entrevistas bilateriais em Nova York, inclusive com seu colega peruano, Ollanta Humala.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, cancelou sua participação na Assembleia devido à dramática situação que atravessa seu país por causa da passagem de dois ciclones tropicais que já mataram mais de cem pessoas.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse ontem estar em dúvida sobre ir, depois de denunciar que as autoridades americanas tinham negado a permissão para que seu avião sobrevoasse Porto Rico em viagem a caminho da China.

Antes que o Departamento de Estado americano afirmasse hoje que a permissão foi concedida, mas justificando a demora alegando que o governo venezuelano não fez a solicitação da maneira adequada, o presidente da Bolívia, Evo Morales, chamou seus colegas bolivarianos a não comparecer a Assembleia Geral em rejeição à 'soberba' dos Estados Unidos.

Morales é o único dos governantes latino-americanos da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) que tinha confirmado sua participação na Assembleia.


Nem Raul Castro, de Cuba; nem Daniel Ortega, da Nicarágua, nem mesmo Maduro confirmaram viagem. Do Equador por enquanto só há certeza da ida do chanceler Ricardo Patiño.

Hoje Morales disse que falou com os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Mujica, e que eles são favoráveis a comparecer à Assembleia Geral para 'combater' o líder americano, Barack Obama.

'Vamos nos colocar para combater aí dentro contra o governo dos Estados Unidos, contra Obama, com argumentos ideológicos, políticos, programáticos, até financeiros', ressaltou.

Mujica tem em Nova York uma agenda de encontros, que inclui, entre outros, ao vice-presidente de EUA, Joe Biden, e aos presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia e Otto Pérez Molina, Guatemala.

O ex-guerrilheirro, de 78 anos, se reunirá também com o multimilionário investidor George Soros, e com o prefeito de Nova York e também milionário, Michael Bloomberg.

O presidente colombiano disse hoje a uma emissora que falará com Mujica, 'uma pessoa com os pés no chão', sobre 'muitos temas', inclusive o diálogo com a guerrilha para pôr fim ao conflito armado.

Quase todos os presidentes participantes da Assembleia têm em sua agenda reuniões com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mas poucos com o presidente dos Estados Unidos.

O presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, está entre eles, afirmou em entrevista a uma televisão panamenha.

Embora não tenha mencionado quais os temas que serão tratados no encontro, Martinelli afirmou que falará na Assembleia Geral sobre os trâmites com a Nicarágua por causa da tentativa de ampliação do mar territorial no Caribe e sobre a apreensão do navio norte-coreano com armas cubanas interceptado por seu país.

A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, e o colombiano Juan Manuel Santos também tratarão em suas intervenções desse 'expansionismo' a que acusam a Nicarágua.

É dado por certo que Juan Manuel Santos abordará em seu discurso o processo de paz na Colômbia, assim como Cristina Kirchner não deve se esquecer da reivindicação argentina da soberania das Malvinas nem o representante de Cuba da exigência de que os Estados Unidos suspendam o embargo americano à ilha.

O narcotráfico e as novas iniciativas para combatê-lo serão parte dos discursos de vários presidentes, inclusive Morales, que se propõe a questionar as avaliações feitas pelos EUA sobre a eficácia da luta contra as drogas em outros países.

Mujica exporá o plano uruguaio de legalizar a compra, venda e cultivo de maconha, e Pérez Molina sua proposta de orquestrar uma nova estratégia global antidrogas.

O chileno Piñera defenderá a eleição do Chile para membro não-permanente do Conselho de Segurança na votação que acontece em outubro. 

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