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Líderes democratas no Congresso pedem impeachment de Trump

Se o vice Mike Pence não acionar a 25ª emenda, Pelosi e Schumer prometem abrir um novo processo de impeachment; maioria republicana no Senado é obstáculo

Nancy-Pelosi (Al Drago/Reuters)

Nancy-Pelosi (Al Drago/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 16h59.

Última atualização em 7 de janeiro de 2021 às 17h10.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, defendeu na tarde desta quinta-feira (7) que o presidente Donald Trump seja removido do cargo por meio da 25º emenda e, caso isso não aconteça, através de um processo de impeachment. Pelosi se junta ao líder da minoria democrata no Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, que mais cedo também deu a mesma declaração.

"Ontem, o presidente dos Estados Unidos incitou uma insurreição armada contra a América", disse Pelosi à imprensa. "Os dias que faltam [para o fim do mandato de Trump] podem ser um show de horrores para a América."

A 25ª emenda é um dispositivo constitucional que prevê a remoção do presidente por incapacidade de governar o país. Ela deve ser acionada pelo vice-presidente, acompanhado da maioria dos membros do gabinete. Se isso acontecer, Pence assume a Casa Branca e Trump é afastado por 24 horas, até que o Congresso lhe reconduza ou chancele o impedimento.

O que aconteceu ontem no Capitólio foi uma insurreição contra os Estados Unidos, incitada pelo presidente. Se o vice-presidente e o gabinete se negarem, o Congresso deve se reunir para iniciar um processo de julgamento político contra o presidente.

Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado

De acordo com a AFP, discussões sobre a possibilidade de invocar a 25ª Emenda rondavam o Salão Oval já na noite de ontem. Além dos democratas, alguns republicanos como o representante Adam Kinzinger, já crítico de Trump, também pediu nesta quinta-feira para seguir este caminho sem precedentes na história dos Estados Unidos.

"É com grande pesar que peço que a 25ª Emenda seja invocada pelo bem da nossa democracia", tuitou, acusando Trump de ter "alimentado as brasas" da violência.

Mitch McConnell suspendeu as sessões da Câmara Alta até a véspera da posse de Biden. Mas Schumer se encaminha para se tornar o líder da maioria no Senado após a vitória de dois democratas no segundo turno das eleições para o Senado da Geórgia na terça-feira.

Se a acusação contra Trump prosperar, ele se tornará o primeiro presidente a ser submetido duas vezes a um julgamento político.

A Câmara dos Representantes já votou em dezembro de 2019 um julgamento político contra Trump por atrasar a ajuda autorizada pelo Congresso à Ucrânia, enquanto impulsionava uma investigação sobre Biden. Trump, no entanto, foi absolvido depois que uma votação para destituí-lo fracassou no Senado controlado pelos republicanos.

(Com informações da AFP)

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