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Líder do Hamas vai Palestina pela 1a vez em 45 anos

Meshaal, que não vai aos territórios palestinos desde que deixou a Cisjordânia, aos 11 anos, surgiu fortalecido dos oito dias de conflito, que terminou com um cessar-fogo


	O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, fala com a imprensa em 21 de novembro no Cairo: ele deixou a Cisjordânia com sua família depois da Guerra dos Seis Dias (1967)
 (Gianluigi Guercia/AFP)

O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, fala com a imprensa em 21 de novembro no Cairo: ele deixou a Cisjordânia com sua família depois da Guerra dos Seis Dias (1967) (Gianluigi Guercia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 08h33.

Por Nidal al-Mughrabi GAZA - O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, vai pisar no território palestino nesta sexta-feira pela primeira vez em 45 anos para um "comício da vitória" na Faixa de Gaza, exibindo a confiança recém-adquirida depois do conflito do mês passado com Israel.

Meshaal, que não vai aos territórios palestinos desde que deixou a Cisjordânia, aos 11 anos, surgiu fortalecido dos oito dias de conflito, que terminou com um cessar-fogo que ele negociou sob mediação do Egito.

"Sua visita é fruto da vitória obtida pela resistência sobre a ocupação", disse Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, antes de Meshaal chegar do Egito ao pequeno território litorâneo.

Centenas de policiais e soldados estavam de prontidão no posto fronteiriço de Rafah, alguns deles usando máscaras pretas e circulando nas caçambas de caminhões, com metralhadoras pesadas a reboque.

Israel, que já tentou assassinar Meshaal, rejeita a tese de que o Hamas foi vitorioso no conflito, que matou 170 palestinos e 6 israelenses. Houve pouca menção à visita dele na imprensa em hebraico.

Ele deve permanecer por pouco mais de 48 horas na Faixa de Gaza, que é governada pelo grupo islâmico desde sua vitória na guerra civil de 2007 contra a facção laica Fatah, que controla a Cisjordânia.

Meshaal, de 56 anos, deixou a Cisjordânia com sua família depois da Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel assumiu o controle desse território e também da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental. Ele nunca pós os pés em Gaza, onde vivem cerca de 1,7 milhão de palestinos.


O Hamas planeja realizar um comício no sábado para celebrar o resultado do confronto contra Israel e também os 25 anos de fundação do grupo.

Israel diz que seus bombardeios aéreos não só mataram o chefe militar do Hamas, Ahmed al Jaabari, como também destruíram os arsenais do grupo.

No entanto, a guerra claramente fortaleceu o Hamas na região, rendendo-lhe o apoio de vizinhos árabes, enquanto a Fatah permaneceu isolada. O papel de Meshaal na negociação da trégua também reforçou a posição pessoal dele dentro do grupo, embora ele diga que em breve pretenda renunciar à liderança.

O comício de sábado não coincide exatamente com o aniversário do Hamas, e sim com os 25 anos do início da primeira intifada (rebelião palestina contra Israel). Isso está sendo visto como uma abertura para outras facções e como um sinal de que o Hamas está disposto a se reconciliar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, da Fatah.

"Há um novo clima que nos permite alcançar a reconciliação", disse Meshaal à Reuters em entrevista na sexta-feira da semana passada, no Catar, onde se estabeleceu desde que deixou a Síria, meses atrás.

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