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Kirchner alterou estratégia para fim de mandato

Cristina conclui o ano com a certeza de que enfrenta seu último período na Casa Rosada

Cristina Kirchner: presidente substituiu funcionários fiéis ao "Projeto K" por quadros da Cámpora, a organização que reúne às juventudes kirchneristas (Michele Tantussi/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 16h07.

Buenos Aires - Após um problema de saúde que a manteve um mês e meio afastada da cena política, a presidente da Argentina , Cristina Kirchner, retomou o poder e passou por uma reviravolta nas urnas com uma profunda renovação de seu governo para encarar a fase final de sua gestão após uma severa derrota sofrida nas urnas.

A governante abriu o ano com ar de vitória em meio a rumores sobre uma possível reforma constitucional que teria aberto as portas para um terceiro mandato, mas viu seu projeto perder progressivamente apoio social ao longo do ano.

Cristina conclui o ano com a certeza de que enfrenta seu último período na Casa Rosada - à qual chegou em 2007 sucedendo seu marido, o falecido Néstor Kirchner - e deve se apressar na busca de soluções para algumas das questões pendentes de sua gestão.

Na lista de pendentes, sobretudo, temas econômicos, como a inflação, a política cambial e a fatura energética, que implica o pagamento de cerca de US$ 15 bilhões anuais para a Argentina.

Precisamente, por trás da necessidade de investimentos no setor energético para enfrentar o pagamento dessa fatura alta se esconde a principal razão do acordo alcançado para indenizar a companhia petrolífera espanhola Repsol pela desapropriação de suas ações em YPF, um dos maiores sinais de mudança de estratégia que a presidente lançou aos investidores internacionais no último mês.

O castigo que o eleitorado impôs à Frente para a Vitória (situação), que perdeu mais de 3 milhões de votos em todo o país nas legislativas de outubro, foi chegando aos poucos pelo mal-estar em boa parte da sociedade devido à falta de respostas perante problemas como a inflação, a insegurança e a corrupção.


A prévia eleitoral das primárias de agosto acabou com as especulações sobre a possibilidade de uma reforma constitucional e o pesadelo do governo se confirmou nas eleições de 27 de outubro: o kirchnerismo passou de 54% de votos nas presidenciais de 2011 para 30% em todo o país.

O resultado encontrou Cristina, de 60 anos, afastada da cena política após uma neurocirugia que a obrigou a ficar de repouso.

Cercada por um reduzido círculo de colaboradores, Cristina Kirchner repousou e se manteve em silêncio, até que retornou ao poder, no início de novembro, com um novo projeto que envolve a renovação em seu governo e um golpe de governo em sua política.

A presidente substituiu funcionários fiéis ao "Projeto K" - alguns velhos companheiros de estrada - por quadros da Cámpora, a organização que reúne às juventudes kirchneristas, em postos-chave e decidiu se apoiar em um peso pesado do peronismo, o governador do Chaco, Jorge Capitanich, para a gestão diária.

O jovem Axel Kicillof, considerado o cérebro da desapropriação da YPF, é o novo ministro da Economia, da Cámpora, como o é também o novo secretário de Comércio Interior, que substitui Guillermo Moreno, um fiel militante kirchnerista que chegou a acumular um imenso poder e se tornou o rosto mais questionado do modelo de Fernández.

O objetivo, a curto prazo, é atrair o investimento que a Argentina precisa para explorar seus recursos energéticos. Para abrir o caminho era imprescindível um acordo com a Repsol pela desapropriação da YPF que implicasse que a companhia petrolífera espanhola retirasse as reivindicações interpostas em tribunais internacionais.

O acordo veio após um ano e meio de conflito, com a intermediação da mexicana Pemex, e o próprio Kicillof celebra agora um convênio que significará o pagamento de US$ 5 bilhões ao grupo espanhol.

O jovem ministro da Economia, de formação marxista, deve enfrentar ainda problemas tão graves como uma inflação que organismos independentes situam em 25%, e uma política cambial que gerou um potente mercado negro de dólares.

Internamente, Capitanich também tem um longo processo pela frente, que inclui apaziguar o peronismo, que já se prepara para as presidenciais de 2015.

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A governante abriu o ano com ar de vitória em meio a rumores sobre uma possível reforma constitucional que teria aberto as portas para um terceiro mandato, mas viu seu projeto perder progressivamente apoio social ao longo do ano.

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Na lista de pendentes, sobretudo, temas econômicos, como a inflação, a política cambial e a fatura energética, que implica o pagamento de cerca de US$ 15 bilhões anuais para a Argentina.

Precisamente, por trás da necessidade de investimentos no setor energético para enfrentar o pagamento dessa fatura alta se esconde a principal razão do acordo alcançado para indenizar a companhia petrolífera espanhola Repsol pela desapropriação de suas ações em YPF, um dos maiores sinais de mudança de estratégia que a presidente lançou aos investidores internacionais no último mês.

O castigo que o eleitorado impôs à Frente para a Vitória (situação), que perdeu mais de 3 milhões de votos em todo o país nas legislativas de outubro, foi chegando aos poucos pelo mal-estar em boa parte da sociedade devido à falta de respostas perante problemas como a inflação, a insegurança e a corrupção.


A prévia eleitoral das primárias de agosto acabou com as especulações sobre a possibilidade de uma reforma constitucional e o pesadelo do governo se confirmou nas eleições de 27 de outubro: o kirchnerismo passou de 54% de votos nas presidenciais de 2011 para 30% em todo o país.

O resultado encontrou Cristina, de 60 anos, afastada da cena política após uma neurocirugia que a obrigou a ficar de repouso.

Cercada por um reduzido círculo de colaboradores, Cristina Kirchner repousou e se manteve em silêncio, até que retornou ao poder, no início de novembro, com um novo projeto que envolve a renovação em seu governo e um golpe de governo em sua política.

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O jovem Axel Kicillof, considerado o cérebro da desapropriação da YPF, é o novo ministro da Economia, da Cámpora, como o é também o novo secretário de Comércio Interior, que substitui Guillermo Moreno, um fiel militante kirchnerista que chegou a acumular um imenso poder e se tornou o rosto mais questionado do modelo de Fernández.

O objetivo, a curto prazo, é atrair o investimento que a Argentina precisa para explorar seus recursos energéticos. Para abrir o caminho era imprescindível um acordo com a Repsol pela desapropriação da YPF que implicasse que a companhia petrolífera espanhola retirasse as reivindicações interpostas em tribunais internacionais.

O acordo veio após um ano e meio de conflito, com a intermediação da mexicana Pemex, e o próprio Kicillof celebra agora um convênio que significará o pagamento de US$ 5 bilhões ao grupo espanhol.

O jovem ministro da Economia, de formação marxista, deve enfrentar ainda problemas tão graves como uma inflação que organismos independentes situam em 25%, e uma política cambial que gerou um potente mercado negro de dólares.

Internamente, Capitanich também tem um longo processo pela frente, que inclui apaziguar o peronismo, que já se prepara para as presidenciais de 2015.

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