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Kerry compara lei anti-gay de Uganda com apartheid

O secretário de Estado dos Estados Unidos também relacionou a lei às políticas antissemista da década de 1930 na Alemanha nazista

O secretário de Estado americano, John Kerry: "a assinatura deste projeto de lei contra a homossexualidade é plenamente imoral", destacou (Brendan Smialowski/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 06h59.

Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos , John Kerry, comparou nesta quarta-feira a lei de Uganda que criminaliza as relações homossexuais nesse país com as políticas antissemitas da década de 1930 da Alemanha nazista e a segregação racial do "apartheid" imposta pela minoria branca na África do Sul até 1990.

"O enfoque dessa legislação poderia ser mudado para judeu, ou negro, e poderia estar na Alemanha de 1930, ou na década de 1950-60 do Apartheid da África do Sul", disse Kerry para um grupo de jornalistas em Washington, segundo a imprensa americana.

Os Estados Unidos anunciaram na última segunda-feira que vão reconsiderar suas relações com Uganda depois que o presidente desse país, Yoweri Museveni, sancionou uma lei que pode punir até com a pena de morte alguns "comportamentos homossexuais".

"A assinatura deste projeto de lei contra a homossexualidade é plenamente imoral", destacou Kerry, que também lembrou que Uganda não é o único país com uma legislação desse tipo.

"Há outros 80 países nos quais existem leis desse tipo que são contrárias aos direitos humanos e à natureza humana", explicou.

O chefe da diplomacia americana estudará com os embaixadores de seu país no mundo todo como tratar a defesa dos direitos dos homossexuais nas nações que têm leis discriminatórias em diferentes níveis.


Na segunda-feira, após conhecer a promulgação da lei de Uganda, Kerry disse que era "um dia triste" para os direitos humanos do país africano e destacou a rejeição dos Estados Unidos a essa decisão.

"Durante estes quatro anos desde que foi introduzida essa lei, deixamos claro que a mesma viola de maneira flagrante as obrigações sobre os direitos humanos que a própria Comissão de Direitos Humanos de Uganda reconheceu e que estão consagrados" em sua Constituição, disse.

Museveni promulgou na segunda-feira essa lei, que pune com prisão perpétua os comportamentos homossexuais "com agravantes" e endurece a perseguição de seu governo a uma orientação sexual que já era tipificada como crime.

A lei homofóbica foi aprovada pelo Parlamento no mês de dezembro, mas o presidente de Uganda decidiu adiar sua promulgação até conhecer os resultados de um estudo encarregado a um grupo de 14 cientistas.

O grupo concluiu que a homossexualidade "não é genética", mas uma opção derivada de uma conduta social "anormal".

Os cientistas afirmaram que "a homossexualidade não é uma doença, mas simplesmente um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida".

Durante a assinatura da lei, Museveni aprovou o relatório e declarou que a homossexualidade é produto da educação e, portanto, pode ser corrigida.

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Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos , John Kerry, comparou nesta quarta-feira a lei de Uganda que criminaliza as relações homossexuais nesse país com as políticas antissemitas da década de 1930 da Alemanha nazista e a segregação racial do "apartheid" imposta pela minoria branca na África do Sul até 1990.

"O enfoque dessa legislação poderia ser mudado para judeu, ou negro, e poderia estar na Alemanha de 1930, ou na década de 1950-60 do Apartheid da África do Sul", disse Kerry para um grupo de jornalistas em Washington, segundo a imprensa americana.

Os Estados Unidos anunciaram na última segunda-feira que vão reconsiderar suas relações com Uganda depois que o presidente desse país, Yoweri Museveni, sancionou uma lei que pode punir até com a pena de morte alguns "comportamentos homossexuais".

"A assinatura deste projeto de lei contra a homossexualidade é plenamente imoral", destacou Kerry, que também lembrou que Uganda não é o único país com uma legislação desse tipo.

"Há outros 80 países nos quais existem leis desse tipo que são contrárias aos direitos humanos e à natureza humana", explicou.

O chefe da diplomacia americana estudará com os embaixadores de seu país no mundo todo como tratar a defesa dos direitos dos homossexuais nas nações que têm leis discriminatórias em diferentes níveis.


Na segunda-feira, após conhecer a promulgação da lei de Uganda, Kerry disse que era "um dia triste" para os direitos humanos do país africano e destacou a rejeição dos Estados Unidos a essa decisão.

"Durante estes quatro anos desde que foi introduzida essa lei, deixamos claro que a mesma viola de maneira flagrante as obrigações sobre os direitos humanos que a própria Comissão de Direitos Humanos de Uganda reconheceu e que estão consagrados" em sua Constituição, disse.

Museveni promulgou na segunda-feira essa lei, que pune com prisão perpétua os comportamentos homossexuais "com agravantes" e endurece a perseguição de seu governo a uma orientação sexual que já era tipificada como crime.

A lei homofóbica foi aprovada pelo Parlamento no mês de dezembro, mas o presidente de Uganda decidiu adiar sua promulgação até conhecer os resultados de um estudo encarregado a um grupo de 14 cientistas.

O grupo concluiu que a homossexualidade "não é genética", mas uma opção derivada de uma conduta social "anormal".

Os cientistas afirmaram que "a homossexualidade não é uma doença, mas simplesmente um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida".

Durante a assinatura da lei, Museveni aprovou o relatório e declarou que a homossexualidade é produto da educação e, portanto, pode ser corrigida.

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