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Justiça ordena que Casa Branca devolva credencial para jornalista da CNN

CNN entrou com processo contra a Casa Branca depois de um de seus jornalistas ser banido das coletivas do presidente Trump; decisão, contudo, é temporária

O presidente americano, Donald Trump, durante desentendimento com jornalista da CNN, Jim Acosta (Kevin Lamarque/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 14h38.

São Paulo - Um juiz federal dos Estados Unidos ordenou nesta sexta-feira, 16 de novembro, que a Casa Branca devolva a credencial para imprensa ao jornalista Jim Acosta, da rede de notícias CNN , retirada do profissional após um desentendimento com o presidente, Donald Trump, em coletiva de imprensa.  A informação foi divulgada pela CNN.

A ação da emissora foi ajuizada no início desta semana e tinha como réus o presidente Trump, a secretária de imprensa, Sarah Sanders, e o chefe de gabinete, John Kelly. Nos autos, a CNN alegou que o ato da Casa Branca violou os dispositivos constitucionais Primeira Emenda, que regula a liberdade de imprensa e de expressão, e Quinta Emenda, que trata da proteção a indivíduos contra abusos de poder.

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A decisão tem caráter temporário e acatou as alegações da CNN de que a apreensão do documento do jornalista fora uma violação da Quinta Emenda, mas não entrou no mérito de uma possível violação da Primeira Emenda.

De acordo com a emissora, o juiz do caso, Timothy J. Kelly, foi nomeado à corte federal no ano passado por Trump e teve seu nome aprovado para o cargo após consenso bipartidário no Senado.

Relembre o caso

Na semana passada, Acosta teve o seu documento apreendido pelo Serviço Secreto após uma coletiva de imprensa sobre o resultado das eleições legislativas de 2018, que culminaram com a perda da maioria no Congresso por Trump, na qual se desentendeu com o presidente.

“Largue o microfone… Te direi uma coisa, a ‘CNN’ deveria estar envergonhada de si mesma por ter você trabalhando para eles. É um mal-educado, uma pessoa terrível”, disse Trump enquanto Acosta disputava o microfone com uma estagiária da Casa Branca, fato usado pelo governo para justificar a suspensão da credencial.

“Trump acredita na liberdade de imprensa e espera perguntas difíceis sobre ele e seu governo. No entanto, nunca toleraremos que um jornalista ponha suas mãos sobre uma jovem mulher que só está tentando fazer seu trabalho como estagiária da Casa Branca. Este comportamento é inaceitável”, declarou Sanders no comunicado.

“Que a CNN esteja orgulhosa da forma como seu empregado tem se comportado não é só asqueroso, mas é um exemplo do seu degradante desprezo por todos, incluindo as mulheres jovens, que trabalham neste governo”, acrescentou. Como resposta ao comunicado de Sanders, Acosta foi lacônico: “Isto é mentira”.

Momento depois do incidente, o jornalista foi abordado pelos seguranças, que pediram de volta o documento. Veja no vídeo abaixo:

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