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Justiça argentina reabre casos contra atual vice-presidente Cristina Kirchner

Trata-se de uma ação por lavagem de dinheiro e outra por acobertamento dos responsáveis iranianos pelo atentado contra uma associação judaica que deixou 85 mortos em 1994

Aos 70 anos, Cristina Kirchner foi acusada de diversos casos de corrupção nos últimos anos e denunciou o que considera uma campanha de perseguição política e judicial (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 19 de setembro de 2023 às 08h24.

Um alto tribunal da Argentina reabriu nesta segunda-feira, 18, dois casos dos quais a ex-presidente e atual vice, Cristina Kirchner, foi absolvida em 2021, informaram meios de comunicação locais.

Trata-se de uma ação por lavagem de dinheiro e outra por acobertamento dos responsáveis iranianos pelo atentado contra uma associação judaica que deixou 85 mortos em 1994.

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A Câmara Federal de Cassação Penal ordenou a realização de julgamentos contra a ex-presidente (2017-2015) por esses dois casos, mas ainda cabe recurso a essa decisão na Corte Suprema de Justiça, segundo a agência governamental de notícias Telam.

Revogação de decisão

O tribunal revogou a decisão proferida em 2021 em favor de Cristina Kirchner e de seus dois filhos, Florencia e Máximo, no caso conhecido como "Hotesur-Los Sauces", pelo nome de duas empresas da família que, segundo o Ministério Público, foram usadas para lavar milhões de dólares supostamente provenientes de recursos públicos.

A decisão de hoje, no entanto, exclui a filha da ex-presidente, segundo a Telam.

A corte também anulou outra decisão de outubro 2021 a favor de Kirchner, pelo suposto acobertamento dos responsáveis do atentado contra a associação israelita AMIA em Buenos Aires, em 1994.

O tribunal considerou que não havia crime por parte da então chefe de Estado no caso, por ter impulsionado a aprovação no Congresso de um memorando com o Irã para poder interrogar fora da Argentina os acusados pelo ataque a bomba que deixou 85 mortos e 300 feridos.

"Para além de considerá-lo um acerto ou um equívoco político, não constituiu crime nem ato de acobertamento", assinalou então o tribunal.

A decisão de hoje da Câmara Federal não estava disponível nos sites oficiais.

Aos 70 anos, Cristina Kirchner foi acusada de diversos casos de corrupção nos últimos anos e denunciou o que considera uma campanha de perseguição política e judicial.

Após ser inocentada em vários casos, Cristina recebeu uma condenação em dezembro de seis anos de prisão, mas está protegida por sua imunidade como vice-presidente. Também recebeu a inabilitação perpétua nesse julgamento, por fraude e corrupção, em um caso que envolvia a licitação de contratos públicos em Santa Cruz, seu reduto político no extremo sul do país, durante seus mandatos presidenciais.

Após esta condenação, a ex-chefe de Estado anunciou que sairia de cena, prometendo não se candidatar "a nada, nem senadora, nem vice-presidente, nem presidente" nas próximas eleições, que acontecem em outubro.

Além disso, ainda cabe recurso contra essa sentença e não se espera que ela se torne efetiva por muitos anos.

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