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Juan Carlos diz que abdica por nova etapa de esperança

O rei Juan Carlos disse que decidiu abdicar em favor do príncipe Felipe para abrir uma nova etapa de esperança

O rei Juan Carlos, da Espanha: monarca disse que pensou na renúncia ao fazer 76 anos (Oleg Popov/Files/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 09h18.

Madri -O rei Juan Carlos disse nesta segunda-feira que decidiu abdicar em favor do príncipe Felipe para que se possa "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração".

Em mensagem à nação, o monarca acrescentou que pensou na renúncia ao cumprir em janeiro 76 anos, e que quando volta o "olhar para trás", sente "orgulho e gratidão" aos espanhóis.

"Guardo e guardarei sempre a Espanha no mais fundo do meu coração", afirmou o rei em sua mensagem para explicar sua decisão de abdicar em nome seu filho.

O discurso foi transmitido por rádio e televisão de seu gabinete no Palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I, que chegou ao trono há 39 anos, acrescentou que neste período "desfrutou" com as conquistas dos espanhóis e "sofreu quando a dor ou a frustração" atingiram o povo.

O monarca lembrou que quando foi proclamado rei assumiu com o firme compromisso de servir aos interesses gerais da Espanha.

Juan Carlos I assegurou que, "fiel ao desejo político" de seu pai, o Conde de Barcelona , de quem herdou o legado histórico da Monarquia espanhola, quis ser o "rei de todos os espanhóis".

O monarca expressou sua gratidão à rainha Sofía, "cuja colaboração e generoso apoio não me faltaram nunca".

O rei agradeceu a todas as pessoas que representaram os poderes e as instituições do Estado durante seu reinado, e a todos que o ajudaram "com generosidade e lealdade".

O governo realizará amanhã, terça-feira, um conselho de ministros extraordinário para aprovar a lei orgânica que, segundo a Constituição espanhola, permitirá a sucessão da Coroa ao príncipe Felipe.

O parlamento já iniciou hoje os preparativos para a tramitação da abdicação de Juan Carlos I, assim como para o ato de coroação do futuro rei Felipe VI.

Após o governo aprovar amanhã o texto da lei, o Executivo deverá receber o sinal verde da Mesa do Congresso, que abrirá um prazo para que os grupos parlamentares apresentem emendas.

As leis orgânicas, relativas ao desenvolvimento dos direitos fundamentais ou da Coroa, necessitam da maioria absoluta do Congresso para serem aprovadas.

Uma vez que a norma obtenha o sinal verde da câmara baixa passará ao Senado e, se este não introduz modificações, será aprovada definitivamente.

Fontes parlamentares disseram à Agência Efe que os prazos podem ser curtos, e em pouco mais de uma semana a lei poderia estar definitivamente aprovada e a abdicação do rei efetivada.

Poucos dias depois, o príncipe Felipe será então proclamado rei perante as Cortes gerais reunidas no Congresso.

*Atualizada às 09h17 do dia 02/06/2014

São Paulo – Com sua terra-natal em crise e o mercado praticamente estagnado na Europa em geral, as companhias espanholas buscam cada vez mais outros países para expandir suas operações. O mercado brasileiro tem sido alvo de algumas delas. Pelo menos cinco grandes empresas anunciaram investimentos bilionários recentemente no país. A preferência pelo Brasil tem a ver com a proximidade cultural e a língua falada por aqui. Além, é claro, da boa fase que o país vive atualmente, explica Maria Luisa Marín, diretora-executiva da Câmara Espanhola. Segundo ela, o número de empresas espanholas interessadas no mercado brasileiro quadruplicou de um ano para cá. "No primeiro trimestre do ano passado, prestamos consultoria para 50 companhias; neste ano, o número saltou para mais de 200", disse. Alguns setores, como de infraestrutura e energia, são os que mais despertam a atenção das espanholas. "São atrativos, porque grandes eventos esportivos acontecerão no país", afirmou. Clique nas fotos e conheça cinco companhias espanholas que estão investindo maciçamente no Brasil:
  • 2. Telefônica

    2 /6(jseguir/Flickr)

  • Veja também

    A Telefônica anunciou, no ano passado, que fará investimentos de 24,5 bilhões de reais até 2014 no Brasil. Segundo a companhia, os recursos serão aplicados na modernização e expansão de redes, lançamento de produtos e serviços em telefonia, banda larga e TV por assinatura. Entre 2007 e 2010, o grupo investiu  16 bilhões de reais no Brasil.
  • 3. Iberdrola

    3 /6(Arquivo)

  • Em 2011, a espanhola Iberdrola fez investimentos da ordem de 2,4 bilhões de dólares no país. Por aqui, a companhia integra o bloco de controle da Neoenergia, acionista majoritária de distribuidoras de energia, como Cosern, Celpe e Coelba. O aporte foi destinado à compra de 99,7% da distribuidora de energia Elektro. A operação foi fechada no começo do ano passado.
  • 4. Gas Natural Fenosa

    4 /6(Divulgação)

    Até 2014, a Gas Natural Fenosa vai investir 1 bilhão de reais para expandir suas operações no mercado brasileiro. E se novas oportunidades surgirem, a companhia planeja fazer um aporte adicional de 600 milhões de reais até 2016. Os investimentos vão se concentrar no Rio de Janeiro, onde os Jogos Olímpicos acontecerão. A empresa estima uma frota com 11.300 ônibus para a região metropolitana e  o fornecimento de gás para a Vila Olímpica, aquecimento de parques aquáticos, cogeração e climatização de estádios e aeroportos.
  • 5. Repsol

    5 /6(Philippe Desmazes/AFP)

    No Brasil, a Repsol planeja investir entre 4 bilhões de dólares e 5 bilhões de dólares até 2014 para extrair o petróleo cru, e entre 6 bilhões de dólares e 9 bilhões de dólares a partir de 2014. Em 2010, 40% da unidade espanhola no Brasil foi comprada pela Sinopec por  7,1 bilhões de dólares. Mesmo com a operação, os planos de investimentos foram mantidos por aqui.
  • 6. OHL Brasil

    6 /6(Divulgação)

    A OHL já realizou investimentos de 2,4 bilhões de reais nas rodovias federais que administra, desde a assinatura dos contratos de concessão, em fevereiro de 2008. Para o período de 2012 a 2015, a previsão da companhia é investir mais 2,7 bilhões de reais. Os recursos, principalmente nos primeiros anos, são garantidos por financiamentos de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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