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Vaticano critica capa "lamentável" do Charlie Hebdo

A imagem aparece na edição que marca a data de um ano de ataque realizado em janeiro de 2015, quando militantes islâmicos mataram 12 pessoas


	Charlie Hebdo: imagem aparece na edição que marca a data de um ano de ataque realizado em janeiro de 2015
 (Benoit Tessier / Reuters)

Charlie Hebdo: imagem aparece na edição que marca a data de um ano de ataque realizado em janeiro de 2015 (Benoit Tessier / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 08h57.

Cidade do Vaticano - O jornal do Vaticano criticou o semanário satírico francês Charlie Hebdo por ter retratado Deus como um assassino carregando um fuzil Kalashnikov, e afirmou que a imagem é “lastimável” e um desrespeito aos verdadeiros seguidores de todas as crenças.

A imagem aparece na edição que marca a data de um ano de ataque realizado em janeiro de 2015, quando militantes islâmicos mataram 12 pessoas após invadir a redação do Charlie Hebdo em Paris.

A charge na capa mostra um Deus com raiva, sangue nas mãos e um fuzil nas costas. “Um anos depois, o assassino continua solto”, diz a manchete. O jornal do Vaticano L’Osservatore Romano acusou o Charlie Hebdo de buscar “manipular” a fé.

“Por trás de uma enganosa bandeira de secularismo descompromissado, o semanário francês mais uma vez esquece aquilo que os líderes de todas as fés tem pedido há anos: a rejeição à violência em nome da religião e que usar o nome de Deus para justificar o ódio é uma blasfêmia genuína”, disse o jornal em um breve comentário.

“A atitude do Charlie Hebdo expõe o triste paradoxo de um mundo cada vez mais sensível em relação a ser politicamente correto ao ponto de ser ridículo... mas não quer reconhecer ou respeitar a fé de quem acredita em Deus, independentemente de sua religião.”

O Charlie Hebdo, famoso por suas capas satíricas ridicularizando líderes políticos e religiosos, perdeu vários integrantes de sua cúpula editorial no ataque em 7 de janeiro de 2015.

Após o ataque, o papa Francisco se posicionou a respeito da atitude antirreligiosa do Charlie Hebdo.

“Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode zombar da fé”, disse ele a jornalistas durante uma turnê pela Ásia. O Vaticano depois emitiu um comunicado no qual afirmou que as declarações do papa não tinham a intenção de justificar os ataques.

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