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Japão transmite as lições de Fukushima a líderes mundiais

A crise de Fukushima marcou parte da agenda da Cúpula de Segurança Nuclear, que procura restaurar a confiança pública nas centrais atômicas

O premiê japonês admitiu que o acidente em seu país evidenciou que a falta de provisão elétrica "é algo que pode ameaçar a segurança de todas as usinas nucleares" (Kazuhiro Nogi/AFP)

O premiê japonês admitiu que o acidente em seu país evidenciou que a falta de provisão elétrica "é algo que pode ameaçar a segurança de todas as usinas nucleares" (Kazuhiro Nogi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2012 às 07h30.

Seul - O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, repassou nesta terça-feira perante os líderes que assistem à Cúpula de Segurança Nuclear em Seul as medidas aplicadas pelo Japão após o acidente na usina de Fukushima Daiichi para reforçar os pontos vulneráveis das centrais atômicas.

Em seu discurso na sessão plenária do encontro, o líder japonês admitiu que o acidente desencadeado pelo tsunami de março de 2011 evidenciou que a falta de provisão elétrica 'é algo que pode ameaçar a segurança de todas as usinas nucleares'.

Por isso, o Japão aumentará as fontes de eletricidade das instalações atômicas e reforçará as debilidades no sistema com medidas que 'também promoverão a preparação contra potenciais ataques terroristas', assinalou Noda.

O primeiro-ministro japonês acrescentou que seu país também irá preparar equipamento especial para emergências, como veículos adaptados para a radiação e trajes de proteção para trabalhar em meios com elevada radioatividade.

Noda destacou ainda que a formação do pessoal no terreno na crise de Fukushima era insuficiente e demonstrou a necessidade de treinamento para situações de emergência, algo que o Japão também potencializará.

No terreno antiterrorista, o Governo de Tóquio aumentará o número de pessoal de segurança, as patrulhas em torno das usinas nucleares e os sistemas de alarme.

Para tramitar as novas medidas de reforço da segurança atômica, o Japão prevê criar uma nova Agência Reguladora Nuclear, explicou Noda.

A crise de Fukushima marcou parte da agenda da Cúpula de Segurança Nuclear, que procura, entre outras coisas, restaurar a confiança pública nas centrais atômicas, arranhada pelo acidente no Japão, o pior desde o de Chernobyl.

À margem de seu discurso no plenário, Noda manteve encontros bilaterais com os líderes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, com os quais abordou o programa nuclear norte-coreano, uma questão que não aparece na agenda oficial da cúpula.

O plano norte-coreano de lançar um foguete de longo alcance em abril provocou a preocupação de vários líderes presentes, como Obama e o próprio Noda, que, à margem da reunião, lançaram chamadas a Pyongyang para que desista de seu plano.

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