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Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2010 às 09h13.
Tóquio - Um tribunal do Japão condenou hoje o Governo japonês a indenizar com 369 milhões de ienes (3,2 milhões de euros) cerca de 400 moradores de Okinawa (sul do país) pelo barulho causado pelos voos de uma polêmica base dos Estados Unidos nessa ilha.
Como informou a agência local "Kyodo", o Tribunal Superior de Fukuoka aceitou uma denúncia interposta em 2002 por um grupo de 390 residentes, embora tenha rejeitado proibir os voos militares entre às 19h e às 7h, como solicitavam.
A sentença de hoje ocorreu depois que os litigantes apelassem para uma decisão emitida em 2008 por um tribunal do distrito, que tinha estabelecido a indenização em 146 milhões de ienes (1,2 milhões de euro) e também havia rejeitado restringir os voos.
Os residentes vivem nas proximidades da polêmica base aérea de Futenma, uma área de 480 hectares com mais de 2 mil marines situada em plena zona urbana da cidade de Ginowan, no arquipélago de Okinawa.
As instalações acolhem inúmeros voos de helicópteros e aviões de carga que passam com estrondo sobre os telhados das casas que rodeiam o local, e que suportam um nível de barulho entre 75 e 80 decibéis, segundo "Kyodo".
Futenma é uma das bases mais polêmicas das quase cem que os Estados Unidos mantêm no Japão, onde está um contingente de 48 mil militares americanos, metade em Okinawa.
A oposição à base de Futenma custou o posto do ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama, que apresentou sua renúncia no início de junho pressionado pela queda de sua popularidade ao descumprir sua promessa eleitoral de retirar a base do Japão.
Está previsto que grande parte das operações da base de Futenma seja transferida para Nago, uma zona menos povoada da mesma ilha de Okinawa, antes de 2014.