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Já vacinado, presidente argentino Alberto Fernández pega covid-19

O presidente argentino se vacinou com a Sputnik V, a primeira vacina usada na Argentina. A imunização não garante que o vacinado não contrairá a doença, mas tende a proteger contra casos graves

Alberto Fernández: presidente da Argentina foi vacinado em janeiro, e diz que passa bem (Juan Mabromata/Pool/Reuters)

Alberto Fernández: presidente da Argentina foi vacinado em janeiro, e diz que passa bem (Juan Mabromata/Pool/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 3 de abril de 2021 às 10h08.

Última atualização em 3 de abril de 2021 às 10h11.

O presidente argentino, Alberto Fernández, comunicou na madrugada deste sábado, 3, que contraiu covid-19. Mesmo já tendo se vacinado, o mandatário teve diagnóstico positivo e diz que aguarda um teste PCR para comprovar que está com a doença.

Em seu perfil no Twitter, Fernández diz que se sente bem e que está isolado, além de ter alertado as pessoas com quem se encontrou recentemente.

"Quero contar a vocês que, no fim do dia de hoje, apresentei registro de febre de 37,3 graus e uma leve dor de cabeça, fiz um teste de antígeno e o resultado foi positivo", escreveu.

O teste de antígeno é um tipo de teste rápido, que busca detectar se há presença de uma proteína do Sars-Cov-2, vírus que causa a covid-19. Se o resultado for positivo, significa que há infecção ativa.

O presidente argentino havia se vacinado com a vacina russa Sputnik V no fim de janeiro, se tornando na ocasião o primeiro líder latino-americano a ser vacinado contra o coronavírus.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal argentino Clarín, Fernández já tomou também a segunda dose da Sputnik, cerca de três semanas após receber a primeira.

O jornal ouviu especialistas argentinos que apontaram que, possivelmente, Fernández é um dos exemplos de pessoas que, mesmo vacinadas, contraem a covid-19. Há grandes chances de que, por ter sido vacinado, o presidente argentino não desenvolva um quadro grave da doença.

Embora seja impossível que uma vacina tenha eficácia total -- isto é, garanta que nenhum vacinado vá se infectar --, a grande esperança com as vacinas é que a imunização evite casos graves de covid-19 e a maior parte dos óbitos de vacinados. No futuro, quando se atingir a vacinação em massa, a vacina também deve ajudar a reduzir a circulação do vírus, reduzindo também o número de infectados.

O Instituto Gamaleya, por meio do perfil da Sputnik V no Twitter, respondeu à publicação de Fernández.

"Estamos tristes de ouvir isso. A Sputnik V tem 91,6% de eficácia contra infecções e 100% de eficácia contra casos graves. Se a infecção for de fato confirmada e ocorrer, a vacinação garante uma recuperação rápida e sem sintomas graves. Desejamos que você tenha uma recuperação rápida!", escreveu o perfil.

A eficácia da Sputnik V foi comprovada em estudo publicado na prestigiada revista científica The Lancet.

A Argentina tem vacinado com a Sputnik desde dezembro passado. No momento, são 4,2 milhões de doses aplicadas no país, a maioria sendo a Sputnik V, e com quase 8% da população tendo recebido a primeira dose.

Fernández também fez aniversário nesta sexta-feira, 2. O presidente argentino completou 62 anos.

"Embora eu quisesse terminar este aniversário sem essa notícia, estou bem de animo. Agradeço de alma as muitas demonstrações de carinho que recebi hoje recordando meu nascimento", escreveu.

Na mensagem, Fernández disse também que os argentinos devem "seguir se cuidando" e que a pandemia não acabou.

Com 45 milhões de habitantes, a Argentina tem 2,4 milhões de casos confirmados de covid-19 e 56.000 mortes.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaSputnik Vvacina contra coronavírus

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