Conte: em discurso, novo primeiro-ministro italiano prometeu acabar "com o negócio da imigração"no país (Alessandro Bianchi/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de junho de 2018 às 17h21.
Roma - O governo italiano de Giuseppe Conte, formado pelo Movimento Cinco Estrelas (M5S) e pela Liga Norte, obteve nesta terça-feira o voto de confiança no Senado, primeiro passo para sua posse, e amanhã se submeterá ao mesmo trâmite na Câmara dos Deputados.
O Executivo deste professor de Direito e agora primeiro-ministro obteve 171 votos a favor, 117 contra e 25 abstenções.
Amanhã, Conte se apresentará perante os grupos parlamentares da Câmara para pedir sua confiança, algo que se dá como certo que conseguirá, já que o M5S e a Liga contam com maioria absoluta.
Conte e seus 18 ministros juraram seus cargos na sexta-feira passada perante o presidente da República, Sergio Mattarella, e agora devem superar este processo parlamentar para tomar posse e começar a trabalhar nas medidas que prometeram e incluíram em seu programa político.
Por enquanto, Conte explicou no seu discurso de posse que acabará "com o negócio da imigração", que "cresceu de maneira excessiva sob o manto de uma falsa solidariedade".
Além disso, afirmou que a gestão dos países comunitários para enfrentar este problema "foi um fracasso devido aos fechamentos egoístas dos Estados".
Em seu direito a réplica, o novo premiê italiano pediu à União Europeia (UE) que a crise migratória seja abordada de forma conjunta por todos os países-membros, que nos últimos anos deixaram os italianos "sozinhos".
Essa máxima foi defendida nos últimos dias pelo vice-presidente e ministro do Interior, Matteo Salvini, líder da Liga, que disse que endurecerá as políticas de controle da imigração, acelerará as expulsões de imigrantes irregulares da Itália e trabalhará com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, para mudar as regras da UE em matéria migratória.
Conte enumerou hoje outras prioridades do seu Executivo e citou a aprovação de um subsídio para pessoas desempregadas, chamado renda de cidadania, a aplicação de um imposto único ou a abolição dos salários vitalícios dos políticos.
Sobre a Europa, salientou que "a saída do euro (da Itália) não está em debate", mas sim "renegociar as políticas económicas" comunitárias, e afirmou que a UE é a casa de todos e o dever da Itália, como um dos países fundadores, "é torná-la mais forte e justa".
Também mencionou a dívida pública italiana, que supera 130% do Produto Interno Bruto e é a mais alta dos países da UE depois da Grécia, para assegurar que seu governo trabalhará para reduzi-la, mas com "o crescimento da riqueza do país e não com as medidas de austeridade que a fizeram aumentar nos últimos anos".