Israelenses e palestinos temem por segurança em Jerusalém
Violência em Jerusalém e em outras áreas de Israel e nos territórios palestinos ocupados aumentou desde julho
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 15h58.
Jerusalém - Tensos, mas devotados à sua prática religiosa, os fiéis retornaram nesta quarta-feira à sinagoga de Jerusalém onde quatro rabinos e um policial foram mortos em um ataque palestino um dia antes.
As manchas de sangue já tinham sido lavadas, mas quatro velas ardiam em homenagem aos religiosos mortos enquanto uma dezena de homens entoava suas preces diárias e a força policial recém posicionada do lado de fora guardava a congregação de Kehillat Bnei Torah.
“É um pouco assustador, mas vamos ter que seguir em frente com nossas vidas. Vamos ficar aqui, não vamos nos mudar para canto algum. Este ataque terrorista não vai mudar nada”, disse Avraham Burkei, membro da sinagogua em Jerusalém Ocidental, o lado judeu da cidade.
Os palestinos de Jerusalém Oriental, anexada pelos israelenses, também expressaram temores por sua segurança em meio à escalada na violência. A polícia ergueu postos de verificação na vizinhança e balões de vigilância presos ao chão flutuavam acima de suas cabeças.
Na calada da noite, um estrondo sacudiu as janelas da cidade quando Israel explodiu a casa de um palestino que atropelou e matou uma menina de colo e uma estrangeira em uma estação de bonde de Jerusalém no mês passado antes de ser morto a tiros pela polícia.
Apontando para os policiais que verificavam carros e pedestres em uma rua que leva ao centro da cidade, Imram Abu al-Hawa, um palestino de 40 anos, falou sobre a humilhação e o medo das represálias.
“Eles (a polícia) dizem ‘você tem uma faca? Onde está indo?’”, afirmou. “Eles podem ir pro inferno. Eu costumava trabalhar com judeus, agora tenho medo de ser esfaqueado ou atacado (por eles)”.
A violência em Jerusalém e em outras áreas de Israel e nos territórios palestinos ocupados aumentou desde julho, quando um adolescente palestino foi incendiado e morto por agressores israelenses, uma suposta vingança pelo sequestro e assassinato de três jovens israelenses por parte de militantes na Cisjordânia.
O colapso das conversas de paz mediadas pelos Estados Unidos renovou os combates em Gaza no meio do ano, e a continuação da construção de assentamentos israelenses, mesmo que internacionalmente criticados, em terras que os palestinos reivindicam para um futuro Estado só atirou mais lenha na fogueira.
Nesta quarta-feira, Israel aprovou a edificação de 78 novas casas em dois assentamentos em terras da Cisjordânia anexadas a Jerusalém, medida que deve agravar a revolta dos palestinos.
Botão de Pânico
Os temores crescentes com a segurança levaram os militares israelenses a propor a ampliação do uso de um aplicativo de smartphone de “botão de pânico” que irá oferecer no ano que vem para permitir que os cidadãos alertem as autoridades a respeito de ataques com foguetes em tempos de guerra.
A violência atual desafia uma explicação clara. As autoridades de Israel insistem não se tratar de um novo e bem organizado levante palestino, nem que possa ser comparado à Intifada de 2000 a 2005, durante a qual homens-bomba explodiram ônibus e cafés israelenses e o Exército de Israel invadiu cidades da Cisjordânia.
Jerusalém - Tensos, mas devotados à sua prática religiosa, os fiéis retornaram nesta quarta-feira à sinagoga de Jerusalém onde quatro rabinos e um policial foram mortos em um ataque palestino um dia antes.
As manchas de sangue já tinham sido lavadas, mas quatro velas ardiam em homenagem aos religiosos mortos enquanto uma dezena de homens entoava suas preces diárias e a força policial recém posicionada do lado de fora guardava a congregação de Kehillat Bnei Torah.
“É um pouco assustador, mas vamos ter que seguir em frente com nossas vidas. Vamos ficar aqui, não vamos nos mudar para canto algum. Este ataque terrorista não vai mudar nada”, disse Avraham Burkei, membro da sinagogua em Jerusalém Ocidental, o lado judeu da cidade.
Os palestinos de Jerusalém Oriental, anexada pelos israelenses, também expressaram temores por sua segurança em meio à escalada na violência. A polícia ergueu postos de verificação na vizinhança e balões de vigilância presos ao chão flutuavam acima de suas cabeças.
Na calada da noite, um estrondo sacudiu as janelas da cidade quando Israel explodiu a casa de um palestino que atropelou e matou uma menina de colo e uma estrangeira em uma estação de bonde de Jerusalém no mês passado antes de ser morto a tiros pela polícia.
Apontando para os policiais que verificavam carros e pedestres em uma rua que leva ao centro da cidade, Imram Abu al-Hawa, um palestino de 40 anos, falou sobre a humilhação e o medo das represálias.
“Eles (a polícia) dizem ‘você tem uma faca? Onde está indo?’”, afirmou. “Eles podem ir pro inferno. Eu costumava trabalhar com judeus, agora tenho medo de ser esfaqueado ou atacado (por eles)”.
A violência em Jerusalém e em outras áreas de Israel e nos territórios palestinos ocupados aumentou desde julho, quando um adolescente palestino foi incendiado e morto por agressores israelenses, uma suposta vingança pelo sequestro e assassinato de três jovens israelenses por parte de militantes na Cisjordânia.
O colapso das conversas de paz mediadas pelos Estados Unidos renovou os combates em Gaza no meio do ano, e a continuação da construção de assentamentos israelenses, mesmo que internacionalmente criticados, em terras que os palestinos reivindicam para um futuro Estado só atirou mais lenha na fogueira.
Nesta quarta-feira, Israel aprovou a edificação de 78 novas casas em dois assentamentos em terras da Cisjordânia anexadas a Jerusalém, medida que deve agravar a revolta dos palestinos.
Botão de Pânico
Os temores crescentes com a segurança levaram os militares israelenses a propor a ampliação do uso de um aplicativo de smartphone de “botão de pânico” que irá oferecer no ano que vem para permitir que os cidadãos alertem as autoridades a respeito de ataques com foguetes em tempos de guerra.
A violência atual desafia uma explicação clara. As autoridades de Israel insistem não se tratar de um novo e bem organizado levante palestino, nem que possa ser comparado à Intifada de 2000 a 2005, durante a qual homens-bomba explodiram ônibus e cafés israelenses e o Exército de Israel invadiu cidades da Cisjordânia.