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Israel suspende colônias para fomentar diálogo de paz

O país suspendeu de fato este ano a expansão das colônias judias em Jerusalém Oriental para ajudar o secretário de Estado de EUA, John Kerry

Assentamento judeu de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental: neste ano não foi comercializada nem uma só casa nos assentamentos da parte oriental (Ahmad Gharabli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h30.

Jerusalém - Apesar das declarações oficiais, Israel suspendeu de fato este ano a expansão das colônias judias em Jerusalém Oriental para ajudar o secretário de Estado de EUA, John Kerry, a conseguir o reatamento do diálogo de paz com os palestinos, revelou nesta segunda-feira a rádio militar israelense.

Segundo dados do Ministério da Habitação obtidos pela emissora, neste ano não foi comercializada nem uma só casa nos assentamentos da parte oriental da urbe, que Israel considera bairros como qualquer outro de seu capital "eterna" e "indivisível".

O número contrasta com os 1.500 do ano passado e com os 200 de 2011 e 2010, no qual o Executivo de Netanyahu decretou uma cessação parcial da construção nos assentamentos do território ocupado da Cisjordânia, que na prática também reduziu a edificação nas colônias de Jerusalém Oriental.

Na Administração de Terras de Israel apontam o escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, como responsável pelos impedimentos à obtenção de terrenos para a construção ao leste da chamada Linha Verde, que separa os territórios reconhecidos pela comunidade internacional como Israel e Palestina, afirma a rádio, Galei Tzahal.

O ministro das Relações Exteriores israelense anterior, Avigdor Lieberman, reconheceu hoje a existência da detenção brusca de construção, que definiu como um "hiato temporário" para favorecer os esforços de Kerry por reunir as partes novamente na mesa de negociações, da qual os palestinos se levantaram em setembro de 2010 precisamente pelo tema dos assentamentos.


"Isso deve ser visto como um hiato temporário. Temos interesse em que Kerry alcance seu objetivo. Nem sempre é preciso estar certo, também se pode ser sábio", declarou.

Lieberman, que renunciou em dezembro para enfrentar seu processo por suposta corrupção na nomeação de um embaixador e espera retomar a pasta uma vez absolvido, lembrou neste sentido a crise que teve origem nas relações com Washington a publicação de uma licitação de ampliação de um assentamento em Jerusalém Oriental durante a visita à zona do vice-presidente Joe Biden em março de 2010.

"Não foi correto publicar a licitação durante a última visita de Biden. Agora há um enfoque correto e proporcional", assinalou.

Nos últimos meses, a direita mais próxima ao movimento colonizador e outros envolvidos vinham denunciando um arrefecimento - não reconhecido oficialmente - da construção nas colônias judias em Jerusalém Oriental e Cisjordânia, que no ano passado alcançou números recorde.

A ampliação dos assentamentos é um dos principais problemas no conflito palestino-israelense para a comunidade internacional, que considera ilegais todas as colônias judaicas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia.

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Jerusalém - Apesar das declarações oficiais, Israel suspendeu de fato este ano a expansão das colônias judias em Jerusalém Oriental para ajudar o secretário de Estado de EUA, John Kerry, a conseguir o reatamento do diálogo de paz com os palestinos, revelou nesta segunda-feira a rádio militar israelense.

Segundo dados do Ministério da Habitação obtidos pela emissora, neste ano não foi comercializada nem uma só casa nos assentamentos da parte oriental da urbe, que Israel considera bairros como qualquer outro de seu capital "eterna" e "indivisível".

O número contrasta com os 1.500 do ano passado e com os 200 de 2011 e 2010, no qual o Executivo de Netanyahu decretou uma cessação parcial da construção nos assentamentos do território ocupado da Cisjordânia, que na prática também reduziu a edificação nas colônias de Jerusalém Oriental.

Na Administração de Terras de Israel apontam o escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, como responsável pelos impedimentos à obtenção de terrenos para a construção ao leste da chamada Linha Verde, que separa os territórios reconhecidos pela comunidade internacional como Israel e Palestina, afirma a rádio, Galei Tzahal.

O ministro das Relações Exteriores israelense anterior, Avigdor Lieberman, reconheceu hoje a existência da detenção brusca de construção, que definiu como um "hiato temporário" para favorecer os esforços de Kerry por reunir as partes novamente na mesa de negociações, da qual os palestinos se levantaram em setembro de 2010 precisamente pelo tema dos assentamentos.


"Isso deve ser visto como um hiato temporário. Temos interesse em que Kerry alcance seu objetivo. Nem sempre é preciso estar certo, também se pode ser sábio", declarou.

Lieberman, que renunciou em dezembro para enfrentar seu processo por suposta corrupção na nomeação de um embaixador e espera retomar a pasta uma vez absolvido, lembrou neste sentido a crise que teve origem nas relações com Washington a publicação de uma licitação de ampliação de um assentamento em Jerusalém Oriental durante a visita à zona do vice-presidente Joe Biden em março de 2010.

"Não foi correto publicar a licitação durante a última visita de Biden. Agora há um enfoque correto e proporcional", assinalou.

Nos últimos meses, a direita mais próxima ao movimento colonizador e outros envolvidos vinham denunciando um arrefecimento - não reconhecido oficialmente - da construção nas colônias judias em Jerusalém Oriental e Cisjordânia, que no ano passado alcançou números recorde.

A ampliação dos assentamentos é um dos principais problemas no conflito palestino-israelense para a comunidade internacional, que considera ilegais todas as colônias judaicas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia.

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