Israel rejeita proposta de cessar-fogo com Hezbollah e intensifica ofensiva no Líbano
Ministro das Relações Exteriores de Israel afirma que combate continuará até que os residentes do norte possam retornar para casa com segurança
Redator na Exame
Publicado em 26 de setembro de 2024 às 07h18.
Última atualização em 26 de setembro de 2024 às 07h53.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, anunciou nesta quinta-feira, 26, a rejeição à proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, após Estados Unidos, França e outros aliados sugerirem uma trégua de 21 dias. A medida visa aliviar as tensões na fronteira entre Israel e Líbano, onde os combates se intensificaram nas últimas semanas, causando temores de uma invasão terrestre. Katz afirmou que Israel continuará a combater o Hezbollah até alcançar a vitória e garantir o retorno seguro dos moradores do norte do país às suas casas. As informações são da Reuters.
A negativa israelense frustrou as esperanças do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que havia expressado otimismo em relação à possibilidade de um cessar-fogo iminente. O apelo internacional por uma pausa nos confrontos foi reforçado por discussões intensas na ONU na quarta-feira, 25, onde, além da trégua no Líbano, foi sugerido um cessar-fogo também na Faixa de Gaza.
Escalada do conflito
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não se manifestou oficialmente sobre a proposta de cessar-fogo, pois estava a caminho de Nova York para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. No entanto, ele já instruiu as Forças de Defesa de Israel (IDF) a continuarem as operações militares contra o Hezbollah.Integrantes da ala mais linha-dura do governo israelense defendem a rejeição da trégua, pedindo a intensificação dos ataques à organização libanesa.
Na manhã de quinta-feira, o exército israelense informou ter atacado dezenas de alvos do Hezbollah no Líbano, incluindo depósitos de armas, edifícios militares e militantes da organização. Além disso, cerca de 45 projéteis foram lançados a partir do Líbano em direção à região da Galileia Ocidental, dos quais alguns foram interceptados e outros caíram em áreas desabitadas, segundo o exército israelense.
Netanyahu reiterou seu compromisso em garantir que os milhares de israelenses evacuados das áreas próximas à fronteira norte possam retornar para suas casas em segurança. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um dos líderes da coalizão governista, afirmou que o Hezbollah deve ser derrotado e que apenas sua rendição permitiria o retorno dos civis evacuados.
Posição libanesa
Enquanto isso, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, recebeu positivamente o pedido internacional por uma trégua, mas ressaltou que a chave para a implementação de um cessar-fogo está no compromisso de Israel em cumprir as resoluções internacionais. Ele destacou que, apesar das movimentações de tropas israelenses em direção ao Líbano, a esperança por um acordo ainda existe. "Esperamos que sim", respondeu Mikati ao ser questionado pela agência Reuters sobre a possibilidade de uma trégua ser alcançada em breve.
A administração interina de Mikati inclui ministros indicados pelo Hezbollah, considerado por muitos como a força política mais influente no Líbano.O envolvimento direto do grupo nas ações militares na fronteira com Israel aumenta a complexidade de qualquer tentativa de cessar-fogo, já que o Hezbollah é um ator central tanto no cenário político libanês quanto nas tensões militares com Israel.