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Israel liberta novo grupo de prisioneiros palestinos

A libertação faz parte das negociações de paz bilaterais mediadas pelos Estados Unidos

Parentes dos presos palestinos aguardam sua saída em Erez: gritos de alegria e fogos de artifício se misturaram no bairro palestino de Betânia (MAHMUD HAMS/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 06h30.

Jerusalém - Israel libertou na madrugada desta quarta-feira (hora local) um novo contingente de 26 presos palestinos, no âmbito das negociações de paz bilaterais mediadas pelos Estados Unidos.

Um grupo de 21 detentos libertados na Cisjordânia deixou a prisão israelense de Ofer, perto de Jerusalém, a bordo de dois micro-ônibus, pouco depois de 1h (21h de terça em Brasília).

No mesmo momento, outros cinco detentos foram soltos em Gaza, de acordo com um correspondente da AFP.

Gritos de alegria e fogos de artifício se misturaram no bairro palestino de Betânia.

O ministro dos Assuntos Penitenciários, Isa Qaraqae, confirmou à AFP que esses presos estavam livres.

"Estão com nosso pessoal a caminho da Muqata'a (sede da Autoridade Palestina em Ramallah, na Cisjordânia), onde serão recebidos pelo presidente Mahmud Abbas", completou Qaraqae.

Dos palestinos libertados, 19 militam no Partido Nacionalista Fatah, do presidente Abbas, quatro na Frente Popular de Libertação de Palestina (FPLP) e no movimento islâmico Hamas.

À exceção de um detento, todos os presos cumpriam uma condenação de prisão perpétua pelo assassinato de israelenses, segundo a lista publicada pelo Departamento Penitenciário de Israel. Eles foram detidos antes dos acordos de Oslo de 1993.

Logo depois da soltura dos detentos, a rádio militar israelense divulgou que Israel construirá 1.500 casas no bairro de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental.


Segundo a rádio militar, a decisão de construir em Ramat Shlomo foi aprovada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e pelo ministro do Interior, Gidéon Saar.

De acordo com a mídia israelense, Netanyahu vinculou a libertação do segundo grupo de presos palestinos à autorização da construção das casas como uma forma de compensar a ala dura de sua maioria.

"A decisão de libertar os presos é uma das mais difíceis que eu já tomei. Isso é injusto, porque esses terroristas ficarão livres antes de terem cumprido suas penas", disse na segunda-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma reunião do seu partido, o Likud (pertencente à direita nacionalista).

Dois dias antes da retomada das negociações de paz entre Israel e Palestina, em 30 de julho, Netanyahu aceitou soltar 104 prisioneiros palestinos em várias etapas, dependendo do andamento das negociações. Os primeiros 26 foram libertados em 13 de agosto. Cerca de cinco mil palestinos estão presos em Israel.

Netanyahu explicou ao Likud que precisou levar em conta a realidade, referindo-se à promessa feita a Washington de que libertaria prisioneiros para permitir a retomada do diálogo com os palestinos.

"Somos obrigados a lidar com um cenário internacional que nos força a levar em conta vários elementos para o bem de Israel", disse ele, pedindo a todos os membros do governo que "ajam de forma responsável e razoável, com uma visão de longo prazo".


"O governo de Israel não pode se dar ao luxo de tomar uma série de medidas para reiniciar as negociações e, alguns meses depois, sair delas. É impossível dizer sim aos americanos durante três ou quatro meses e depois dizer não", argumentou o ministro de Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz.

Porém, isso não impediu que cerca de dois mil israelenses, incluindo o ministro da Habitação, Uri Ariel, manifestassem sua reprovação em relação à libertação dos presos, na segunda à noite, em frente à prisão de Ofer, contou um fotógrafo da AFP.

"Abaixo os terroristas!", gritavam os manifestantes, que também fixaram cartazes onde se podia ler: "Ficamos loucos? Libertaremos assassinos!".

Os ativistas de direita censuraram o ministro Uriel por não ter pedido demissão do governo.

Algumas famílias de israelenses mortos em ataques resolveram recorrer à Suprema Corte, segundo um de seus representantes, Meir Indor.

Na véspera da libertação dos palestinos, dois foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra a cidade de Ashkelon, no sul de Israel, mas não causaram danos.

Um funcionário israelense que pediu anonimato disse que os últimos disparos lançados de Gaza não impediriam a libertação dos 26 prisioneiros.

O movimento islamita Hamas, que está no poder em Gaza, denunciou as negociações "perigosas" entre Israel e os líderes palestinos em Ramallah.

Netanyahu advertiu que os prisioneiros envolvidos em "atividades hostis contra Israel" cumprirão o que resta de suas penas.

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Jerusalém - Israel libertou na madrugada desta quarta-feira (hora local) um novo contingente de 26 presos palestinos, no âmbito das negociações de paz bilaterais mediadas pelos Estados Unidos.

Um grupo de 21 detentos libertados na Cisjordânia deixou a prisão israelense de Ofer, perto de Jerusalém, a bordo de dois micro-ônibus, pouco depois de 1h (21h de terça em Brasília).

No mesmo momento, outros cinco detentos foram soltos em Gaza, de acordo com um correspondente da AFP.

Gritos de alegria e fogos de artifício se misturaram no bairro palestino de Betânia.

O ministro dos Assuntos Penitenciários, Isa Qaraqae, confirmou à AFP que esses presos estavam livres.

"Estão com nosso pessoal a caminho da Muqata'a (sede da Autoridade Palestina em Ramallah, na Cisjordânia), onde serão recebidos pelo presidente Mahmud Abbas", completou Qaraqae.

Dos palestinos libertados, 19 militam no Partido Nacionalista Fatah, do presidente Abbas, quatro na Frente Popular de Libertação de Palestina (FPLP) e no movimento islâmico Hamas.

À exceção de um detento, todos os presos cumpriam uma condenação de prisão perpétua pelo assassinato de israelenses, segundo a lista publicada pelo Departamento Penitenciário de Israel. Eles foram detidos antes dos acordos de Oslo de 1993.

Logo depois da soltura dos detentos, a rádio militar israelense divulgou que Israel construirá 1.500 casas no bairro de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental.


Segundo a rádio militar, a decisão de construir em Ramat Shlomo foi aprovada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e pelo ministro do Interior, Gidéon Saar.

De acordo com a mídia israelense, Netanyahu vinculou a libertação do segundo grupo de presos palestinos à autorização da construção das casas como uma forma de compensar a ala dura de sua maioria.

"A decisão de libertar os presos é uma das mais difíceis que eu já tomei. Isso é injusto, porque esses terroristas ficarão livres antes de terem cumprido suas penas", disse na segunda-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma reunião do seu partido, o Likud (pertencente à direita nacionalista).

Dois dias antes da retomada das negociações de paz entre Israel e Palestina, em 30 de julho, Netanyahu aceitou soltar 104 prisioneiros palestinos em várias etapas, dependendo do andamento das negociações. Os primeiros 26 foram libertados em 13 de agosto. Cerca de cinco mil palestinos estão presos em Israel.

Netanyahu explicou ao Likud que precisou levar em conta a realidade, referindo-se à promessa feita a Washington de que libertaria prisioneiros para permitir a retomada do diálogo com os palestinos.

"Somos obrigados a lidar com um cenário internacional que nos força a levar em conta vários elementos para o bem de Israel", disse ele, pedindo a todos os membros do governo que "ajam de forma responsável e razoável, com uma visão de longo prazo".


"O governo de Israel não pode se dar ao luxo de tomar uma série de medidas para reiniciar as negociações e, alguns meses depois, sair delas. É impossível dizer sim aos americanos durante três ou quatro meses e depois dizer não", argumentou o ministro de Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz.

Porém, isso não impediu que cerca de dois mil israelenses, incluindo o ministro da Habitação, Uri Ariel, manifestassem sua reprovação em relação à libertação dos presos, na segunda à noite, em frente à prisão de Ofer, contou um fotógrafo da AFP.

"Abaixo os terroristas!", gritavam os manifestantes, que também fixaram cartazes onde se podia ler: "Ficamos loucos? Libertaremos assassinos!".

Os ativistas de direita censuraram o ministro Uriel por não ter pedido demissão do governo.

Algumas famílias de israelenses mortos em ataques resolveram recorrer à Suprema Corte, segundo um de seus representantes, Meir Indor.

Na véspera da libertação dos palestinos, dois foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra a cidade de Ashkelon, no sul de Israel, mas não causaram danos.

Um funcionário israelense que pediu anonimato disse que os últimos disparos lançados de Gaza não impediriam a libertação dos 26 prisioneiros.

O movimento islamita Hamas, que está no poder em Gaza, denunciou as negociações "perigosas" entre Israel e os líderes palestinos em Ramallah.

Netanyahu advertiu que os prisioneiros envolvidos em "atividades hostis contra Israel" cumprirão o que resta de suas penas.

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