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Israel inicia demolição polêmica de casas palestinas perto de Jerusalém

Em junho, as autoridades israelenses comunicaram aos moradores sobre sua intenção de demolir suas casas e deram um prazo de 30 dias para evacuar o local

Jerusalém: Casas próximas ao muro que cerca a Cidade Santa são demolidas por Israel (Michael SMITH/AFP)
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AFP

Publicado em 22 de julho de 2019 às 15h46.

Última atualização em 22 de julho de 2019 às 17h01.

Israel iniciou nesta segunda-feira a demolição de casas palestinas que considera ilegais no sul de Jerusalém, perto do muro de separação que isola a Cidade Santa da Cisjordânia ocupada, uma operação que preocupa a ONU.

Dezenas de militares e policiais israelenses cercaram pelo menos quatro edifícios na área de Tsur Baher, um bairro entre Jerusalém e a Cisjordânia, o território que Israel ocupou e anexou em 1967, uma decisão que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

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Os moradores foram evacuados e os jornalistas tiveram que sair antes que uma escavadeira começasse a demolição.

"Eu quero morrer aqui", gritou um homem, depois de ser evacuado à força.

"Quando a casa for destruída, estaremos na rua", lamentou à AFP Ismail Abadiyeh, 42 anos, que mora com seus quatro filhos em um dos edifícios ameaçados.

Israel alega que os edifícios foram construídos muito próximos da barreira de separação que começou a ser erguida em 2002, durante a violência da segunda Intifada (rebelião palestina ), para se proteger de ataques vindos da Cisjordânia ocupada.

Por sua parte, os palestinos acusam o governo israelense de usar a segurança como um pretexto para forçá-los a deixar a área e aumentar os assentamentos israelenses.

Além disso, denunciam uma violação de todos os acordos assinados com Israel.

"Primeiro, Israel ocupa a terra militarmente, depois constrói aquele muro horrível do 'apartheid' e decide demolir as casas palestinas, construídas em terras palestinas com autorizações judiciais palestinas, devido à proximidade do muro", disse o líder palestino Hanan Ashrawi no Twitter.

"Esta operação busca cortar Jerusalém de Belém (no sul da Cisjordânia)", diz Walid Assaf, o ministro palestino encarregado de monitorar os assentamentos israelenses.

Risco para a segurança

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, acusou os palestinos de "mentir" alegando que as demolições foram endossadas pela Suprema Corte de Israel após um longo processo.

"As estruturas foram construídas ilegalmente perto da barreira de segurança e constituem um risco para as vidas de civis e forças de segurança", tuitou Erdan.

Para os palestinos, essa barreira, de até nove metros de altura, é um "muro do apartheid" que dificulta sua vida cotidiana.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram aos moradores do Bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas no prazo de 30 dias para evacuar ou local.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram moradores do bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas e deram a eles 30 dias para evacuar o local.

Segundo o Gabinete para a Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), esta decisão afeta dez edifícios, a maioria dos quais ainda estão em construção, incluindo cerca de 70 apartamentos.

Cerca de 350 pessoas serão afetadas, segundo o organismo.

"O deslocamento, principalmente dos mais vulneráveis, é traumático e tem consequências duradouras", alertou a ONU, antes do início das demolições.

Cerca de 20 diplomatas de 20 países, a maioria europeus, foram em 16 de julho a esse bairro na região de Jerusalém, onde várias autoridades palestinas pediram para que impedissem a demolição.

Os habitantes de Tsur Baher temem que outros cem edifícios em seu bairro estejam em risco.

As autoridades israelenses frequentemente destroem o que consideram construções ilegais de casas palestinas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.

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