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Irmão de atirador de Toulouse vira principal alvo das investigações na França

Para a Promotoria Pública, Abdelkader, de 29 anos, ajudou o irmão nos ataques e planejava seus próprios atos de terrorismo

Cerco policial em Toulouse já dura mais de 30 horas (Eric Cabanis/AFP)

Cerco policial em Toulouse já dura mais de 30 horas (Eric Cabanis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2012 às 11h59.

Brasília – O franco-argelino Abdelkader Merah, de 29 anos, é o principal alvo das investigações na França envolvendo Mohamed Merah, de 23 anos, autor assumido do ataque a uma escola judaica em Toulouse e suspeito de mais três assassinatos. Abdelkader comparece hoje (25) a um tribunal e pode ser acusado de cumplicidade nos crimes. Segundo policiais, ele disse ter orgulho do irmão.

Para a Promotoria Pública, Abdelkader ajudou o irmão nos ataques e planejava seus próprios atos de terrorismo. Abdelkader nega as acusações, mas admite que estava presente quando seu irmão roubou a motocicleta Yamaha T-Max, usada nos ataques, e também reconheceu ter acompanhado Mohamed à oficina para saber como desativar o sistema de geolocalização da motocicleta.

No último dia 19, o professor de religião da escola judaica Ozar Hathora, em Toulouse, dois filhos dele e uma terceira criança foram assassinadas por Mohamed em frente ao colégio. Imagens de câmeras mostram que Mohamed atirou contra eles várias vezes e depois fugiu de motocicleta. Os assassinatos geraram comoção na França e no exterior, além de cobranças por mais medidas de segurança.

Abdelkader é o irmão mais velho de Mohamed. Ele e a mulher chegaram ontem (24) a Paris e estão sob a custódia da Divisão Anti-Terrorista da Direção Central de Inteligência Interior (cuja sigla em francês é DCRI).

A mãe do atirador de Toulouse, Zoulikha Aziri, que também estava sob a custódia da polícia foi liberada. Segundo seu advogado, Jean-Yves Gougnaud, ela disse estar sentindo “muita culpa e remorso”. "Ela se pergunta de que forma poderia ter impedido seu filho de assassinar sete pessoas", disse o advogado

O chefe do DCRI, Bernard Squarcini, disse que não acredita que exista uma rede terrorista que envolva a família Merah. Mas há perguntas que ainda permanecem sem respostas, como a que se refere ao jovem Mohamed, que oficialmente vivia de ajuda dos serviços sociais do Estado, e conseguiu montar um arsenal que contava, inclusive, com uma metralhadora e um fuzil.

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