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Irã: tropas estrangeiras favorecem drogas no Afeganistão

O Afeganistão é o maior produtor de opiáceos do mundo

Ópio apreendido no Afeganistão em novembro de 2011: 92% dos opiáceos produzidos no mundo que não possuem uso farmacêutico procedem desse país (Aref Karimi/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 11h45.

Teerã - As autoridades de controle de entorpecentes do Irã acusaram nesta sexta-feira as tropas estrangeiras no Afeganistão de terem favorecido o cultivo de drogas no país, o maior produtor de opiáceos do mundo, desde a ocupação em 2001 liderada pelos Estados Unidos, informou a agência oficial 'Irna'.

Em reunião com Jan Kubis, representante especial das Nações Unidas para o Afeganistão, Taha Taheri, subchefe do Departamento de Controle de Drogas do Irã, disse: 'Os países ocupantes, com o pretexto de ajudar o Afeganistão, apoiaram o cultivo de drogas, com o resultado de um aumento da insegurança'.

'Não há informações de qualquer operação de tropas estrangeiras contra a máfia da droga no Afeganistão, pelo menos nos dois últimos anos, e apenas no ano passado o cultivo de drogas cresceu 7%', disse Taheri, cujo país é uma das principais vias de passagem da heroína afegã com direção a Europa.

O Irã é o segundo país, depois do Afeganistão, mais prejudicado pela dependência ao ópio e à heroína, com 1,2 milhão de pessoas afetadas, e o que confisca a maior quantidade de opiáceos no mundo, 41% do total, segundo dados do Governo iraniano e da ONU.

Teerã solicitou diversas vezes ajuda internacional para combater o tráfico de drogas procedentes do Afeganistão e, em julho, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu a colaboração das tropas da Otan para lutar contra as drogas no país.

Ahmadinejad afirmou então que o Irã estava disposto a cooperar no controle do cultivo de ópio no Afeganistão, em reunião em Teerã com o diretor do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov.

'Se 10% do custo da guerra no Afeganistão fosse dedicado a controlar o ópio no país, a maior parte dos cultivos de papoula (da qual o ópio é extraído) e o tráfico de drogas poderiam ser controlados', disse Ahmadinejad.

Segundo números da UNODC, 92% dos opiáceos produzidos no mundo que não possuem uso farmacêutico procedem do Afeganistão, que atualmente dedica mais espaço ao cultivo da papoula branca que a América do Sul ao cultivo da coca.

Além disso, o Afeganistão, segundo este organismo, é agora o maior produtor de haxixe do mundo.

O país recebe, segundo a UNODC, cerca de US$ 4 bilhões anuais de drogas ilegais, dos quais uma quarta parte pertence aos cultivadores, e o restante são repartidos pelas autoridades locais, organizações rebeldes, grupos armados e traficantes que transportam o material ao exterior.

As penas por tráfico de drogas no Irã são muito graves e é comum impor a pena de morte a pessoas detidas com quantidades relativamente pequenas de entorpecentes.

Um relatório divulgado esta semana pelo relator de Direitos Humanos da ONU para o Irã, Ahmad Saheed, afirma que das mais de 650 execuções realizadas no país em 2011, 81% foram por tráfico de drogas.

Saheed, que afirmava que as execuções no Irã tinham passado de 100 em 2003 a mais de 650 em 2011, pedia uma moratória da pena de morte no Irã para todos os delitos, que fossem trocadas as penas existentes de execução por apedrejamento e que se proibisse a execução de menores, como estabelece o direito internacional.

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Teerã - As autoridades de controle de entorpecentes do Irã acusaram nesta sexta-feira as tropas estrangeiras no Afeganistão de terem favorecido o cultivo de drogas no país, o maior produtor de opiáceos do mundo, desde a ocupação em 2001 liderada pelos Estados Unidos, informou a agência oficial 'Irna'.

Em reunião com Jan Kubis, representante especial das Nações Unidas para o Afeganistão, Taha Taheri, subchefe do Departamento de Controle de Drogas do Irã, disse: 'Os países ocupantes, com o pretexto de ajudar o Afeganistão, apoiaram o cultivo de drogas, com o resultado de um aumento da insegurança'.

'Não há informações de qualquer operação de tropas estrangeiras contra a máfia da droga no Afeganistão, pelo menos nos dois últimos anos, e apenas no ano passado o cultivo de drogas cresceu 7%', disse Taheri, cujo país é uma das principais vias de passagem da heroína afegã com direção a Europa.

O Irã é o segundo país, depois do Afeganistão, mais prejudicado pela dependência ao ópio e à heroína, com 1,2 milhão de pessoas afetadas, e o que confisca a maior quantidade de opiáceos no mundo, 41% do total, segundo dados do Governo iraniano e da ONU.

Teerã solicitou diversas vezes ajuda internacional para combater o tráfico de drogas procedentes do Afeganistão e, em julho, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu a colaboração das tropas da Otan para lutar contra as drogas no país.

Ahmadinejad afirmou então que o Irã estava disposto a cooperar no controle do cultivo de ópio no Afeganistão, em reunião em Teerã com o diretor do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov.

'Se 10% do custo da guerra no Afeganistão fosse dedicado a controlar o ópio no país, a maior parte dos cultivos de papoula (da qual o ópio é extraído) e o tráfico de drogas poderiam ser controlados', disse Ahmadinejad.

Segundo números da UNODC, 92% dos opiáceos produzidos no mundo que não possuem uso farmacêutico procedem do Afeganistão, que atualmente dedica mais espaço ao cultivo da papoula branca que a América do Sul ao cultivo da coca.

Além disso, o Afeganistão, segundo este organismo, é agora o maior produtor de haxixe do mundo.

O país recebe, segundo a UNODC, cerca de US$ 4 bilhões anuais de drogas ilegais, dos quais uma quarta parte pertence aos cultivadores, e o restante são repartidos pelas autoridades locais, organizações rebeldes, grupos armados e traficantes que transportam o material ao exterior.

As penas por tráfico de drogas no Irã são muito graves e é comum impor a pena de morte a pessoas detidas com quantidades relativamente pequenas de entorpecentes.

Um relatório divulgado esta semana pelo relator de Direitos Humanos da ONU para o Irã, Ahmad Saheed, afirma que das mais de 650 execuções realizadas no país em 2011, 81% foram por tráfico de drogas.

Saheed, que afirmava que as execuções no Irã tinham passado de 100 em 2003 a mais de 650 em 2011, pedia uma moratória da pena de morte no Irã para todos os delitos, que fossem trocadas as penas existentes de execução por apedrejamento e que se proibisse a execução de menores, como estabelece o direito internacional.

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